O PT em São Paulo oficializa neste sábado (23), em convenção estadual, a candidatura do ex-prefeito Fernando Haddad ao governo paulista, no auditório da Assembleia Legislativa. O candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, não deve estar presente ao evento.
Será confirmada também a coligação formada por PV e PCdoB, PSB, PSOL e Rede em apoio ao petista. Estão previstas as participações do vice na chapa presidencial do PT, o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), e do pré-candidato ao Senado Márcio França (PSB).
Apesar da formalização da candidatura, a vaga de vice na chapa de Haddad segue indefinida. Os nomes cotados são do ex-prefeito de Campinas Jonas Donizette (PSB) e o da ex-ministra Marina Silva (Rede). O PSOL, partido que formou federação partidária com a Rede, apoia o nome de Marina.
A sigla, no entanto, tem pressionado por espaço na chapa petista e ameaça lançar um nome próprio ao Senado, que rivalizaria com França.
França concretizou há algumas semanas a decisão de concorrer ao Senado na chapa de Haddad. O movimento ocorreu após o ex-governador ensaiar durante meses que não desistiria da disputa pelo governo de São Paulo em prol do acordo com o petista.
A replicação da aliança nacional entre PSB e PT no Estado paulista, segundo dirigentes petistas, fortalece a campanha de Haddad. Com a resolução do impasse, espera-se que Alckmin, correligionário de França, intensifique a agenda em São Paulo.
O ex-governador é visto como fundamental, especialmente no interior, para atrair o voto dos tucanos moderados que rejeitam o presidente Jair Bolsonaro (PL) e não enxergam o governador Rodrigo Garcia como um nome do PSDB raiz.
Ao longo da campanha, Haddad, que lidera as pesquisas de intenções de voto, vai investir na imagem de Lula nas redes e na TV. A ideia é nacionalizar a disputa e repetir a polarização entre Lula e Bolsonaro em São Paulo. O chefe do Executivo apoia o ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos) na corrida pelo Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista.
HISTÓRICO
Haddad é ex-prefeito de São Paulo, ex-ministro da Educação e professor universitário. Natural de São Paulo, candidatou-se à Presidência da República em 2018 e perdeu o segundo turno para Bolsonaro com 44,87% dos votos válidos, contra 55,13% do adversário.
Formado em Direito, com mestrado em Economia e doutorado em Filosofia pela Universidade de São Paulo (USP), atuou como ministro da Educação entre 2005 e 2012, ano em que foi lançado pelo PT à candidatura para prefeito de São Paulo, vencendo o tucano José Serra. Em 2016, não conseguiu ser reeleito e passou o bastão para João Doria (PSDB).