Durante transmissão pelas redes sociais, na noite da última segunda-feira (18), o prefeito de Araraquara reafirmou não ser possível oferecer uma proposta melhor aos servidores municipais. Edinho Silva (PT) respondeu sobre a data-base e o pedido de reajuste acima da inflação, além de outros benefícios.
Segundo o prefeito, os gastos com a pandemia da covid-19, somado ao pagamento de precatórios, inviabilizaram qualquer possibilidade de melhorar a proposta. Ao todo, a administração municipal tem cerca de R$180 milhões em dívidas com precatórios, que precisam ser pagas até 2029, impactando, inclusive, nas contas dos próximos anos.
“Sou prefeito, não mágico, nem faço milagres. Esse cenário não é construído por mim, essas ações trabalhistas que estão aí se arrastam por um bom tempo. Entretanto, nem você e nem eu sei quando o juiz vai dar a última sentença. Porque quando ela transita em julgado é executada e esse é o cenário da Prefeitura de Araraquara”, afirmou.
“Não adianta falar uma coisa aqui, assumir o compromisso e depois a Prefeitura não ter dinheiro para fazer o salário dos servidores, porque essa é a realidade. Repito, não estou mentindo ou omitindo nada, estou tentando governar a cidade em um quadro extremamente difícil”, completou.
O prefeito de Araraquara admitiu ter feito “manobras” financeiras para cobrir a folha de pagamento. Em abril, por exemplo, ele afirmou ter usado R$ 3 milhões de verbas carimbadas para garantir salário e benefícios dos trabalhadores. A medida foi tomada devido ao bloqueio de recursos feito pelo Tribunal de Justiça (TJ) para pagamento de decisão judicial.
“Devolvi com muita responsabilidade. Mas, peguei enquanto prefeito e gestor. Significa que racionalmente eu não poderia dar absolutamente nada de reajuste, porque a Prefeitura não consegue pagar as despesas que ela tem hoje”, assumiu.
“Por isso que estou fazendo a proposta ao longo do tempo, porque tenho que ir fazendo cortes em outras áreas, inclusive, colocando o risco de parar serviços públicos em algumas áreas, para poder fazer caber na realidade, hoje, aquilo que estamos apresentando e da forma como estamos apresentando. De uma única vez, eu não consigo”, defendeu.
Edinho Silva disse ainda não ter encerrado o diálogo com os servidores municipais e reclamou que, após a primeira reunião, os trabalhadores romperam as negociações. Segundo ele, a categoria decidiu pela greve antes mesmo de responder sobre o que foi apresentado pela administração municipal.
PROTESTO
Nesta terça-feira (19), trabalhadores da Prefeitura voltaram a protestar contra a proposta apresentada para a data-base. Eles cobram reajuste acima da inflação, reposição em mais de 11% no vale-alimentação, entre outros benefícios. A mobilização foi iniciada às 6 horas e deve prosseguir ao longo de todo o dia.