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Durante a audiência pública sobre a qualidade do transporte público coletivo em Araraquara, realizada na última segunda-feira (19), o representante da Paraty Mobilidade, Luiz Gustavo Herszkowicz, afirmou que o subsídio aprovado recentemente pela Câmara Municipal será insuficiente para garantir “muitas melhorias” no serviço oferecido à população.
“Bom ou ruim, o subsídio vem para manter o transporte. Não é suficiente para que possamos fazer melhorias. Vem, definitivamente, para mantermos o transporte e não para ficar fazendo melhorias. O custo da empresa não vai diminuir, ele é o mesmo e o subsídio vem para pagar os custos do transporte que não estão sendo pagos pela tarifa”, afirmou o representante.
Luiz Gustavo Herszkowicz, representante da Paraty Mobilidade
“Houve um compromisso da empresa de fazer algumas melhorias e vamos cumprir, como o acréscimo de veículos, ampliação da operação aos sábados e domingos, então o subsídio vem para manter o transporte e fazer essas melhorias pontuais”, emendou.
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Herszkowicz usou a tribuna da Casa de Leis para demonstrar aos participantes do encontro que a operação do CAT (Consórcio Araraquara de Transporte) é deficitária devido à redução no número de passageiros e os crescentes custos fixos e variáveis – diesel, trabalhadores e outros.
“As consequências do desequilíbrio [financeiro] é o que estamos vivendo: envelhecimento da frota, piora na qualidade do serviço, greve, encerramento das atividades das empresas, suspensão dos serviços, que é o pior que pode acontecer, principalmente, para a população mais carente que depende do ônibus para exercer suas atividades”, introduziu.
Luiz Gustavo Herszkowicz, representante da Paraty Mobilidade
“Já tivemos uma situação muito traumática que foi a liquidação da CTA e deixou uma dívida enorme – tanto tributária, quanto trabalhista e com fornecedores -, causando um trauma enorme e não é isso que queremos novamente para a cidade. A Prefeitura ficou anos pagando a dívida da CTA e não podemos deixar acontecer o mesmo com o CAT”, completou.
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Segundo apresentado pelo representante do consórcio – formado pela Paraty Mobilidade e Empresa Cruz -, desde que as empresas assumiram o serviço, a média mensal de pessoas transportadas saiu de 649.151, em 2017, e chegou a 346.365 passageiros, em 2023.
“É um número muito distante do início da operação e também daquele previsto no edital. Então, é uma curva que chama atenção pela distância entre aquilo que foi vendido pelo município e aquilo que está realmente sendo transportado”, apontou.
Luiz Gustavo Herszkowicz, representante da Paraty Mobilidade
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Outro apontamento feito pelo representante do CAT é de que atualmente, a tarifa de remuneração – aquela que paga os custos de operação do sistema de transporte público e garante o cumprimento do contrato de concessão -, deveria custar R$ 8,1412.
“Em Araraquara, utilizando as fórmulas previstas em contrato, a tarifa deveria ser de R$ 8,14, que é altíssima, inviável, que as pessoas não têm condição de pagar, mas esse é o custo do sistema, para que ele seja equilibrado com os custos que ele tem e a quantidade de passageiros, a tarifa deveria custar esse valor”, explicou.
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Enquete publicada nas redes sociais do acidade on revelou o descontentamento dos usuários com a prestação do serviço. Dos 463 participantes, 302 classificaram o transporte coletivo como Péssimo, enquanto 99 pessoas consideraram Regular. 24 usuários apontaram o transporte como Bom e outras dez pessoas optaram por avaliar o serviço como Ótimo.
Os participantes da audiência pública também listaram diferentes problemas que vivenciam no transporte coletivo: atraso, ausência de veículos nas linhas, ônibus que não passam nos pontos demarcados, bairros não são atendidos pelas empresas e a circulação mais cedo do corujão.
“Estamos falando muito se os passageiros saíram porque o transporte é ruim, ou se ele é ruim porque os passageiros saíram. Acredito que as duas coisas, pois à medida que os passageiros saem precisamos adaptar a uma nova realidade, a renovação da frota é cancelada, a operação é reduzida para garantir que no mínimo exista transporte na cidade”, concluiu.