Servidores municipais de Araraquara fizeram um novo protesto contra a Prefeitura, nesta quinta-feira (14) e cobraram reajuste acima da inflação na data-base 2022. Reunidos em assembleia, os trabalhadores discutiram alternativas para o futuro do movimento.
Durante o ato, o advogado do Sindicato dos Servidores Municipais de Araraquara e Região (Sismar), Valdir Teodoro Filho, explicou decisão liminar da 1ª Vara da Fazenda Pública que exige 100% dos trabalhadores considerados essenciais em seus postos de trabalho.
O representante jurídico do sindicato explicou ainda que a entidade recorreu da decisão e aguarda que ela seja revertida para que os servidores tenham o direito de reivindicar melhores condições de trabalho. A ideia é que até sábado (16) haja uma definição sobre o tema.
“O que cabia ao sindicato era fazer um agravo de instrumento para reverter essa decisão liminar. Toda a questão do mérito da abusividade, dos 100%, ela é matéria de mérito e temos 15 dias para contestar a ação, o que vamos fazer no momento adequado”, pontuou.
“Perante o Tribunal estamos discutindo a competência do juízo da Vara da Fazenda Pública. Segundo regimento do Tribunal de Justiça, a competência é do órgão especial para discutir dissídio coletivo de greve. Nessa linha pedimos a suspensão dessa decisão”, completou.
ALTERNATIVAS
Na avaliação do presidente do Sismar, Gustavo Jacobucci, a liminar obrigou os trabalhadores a mudar de estratégia. Além de recorrer na Justiça, ele ressaltou que foram deliberadas em assembleia alternativas para a sequência do movimento por valorização da categoria.
“Até então temos alternativas, campanhas digitais nos moldes que várias pessoas fazem em um movimento de protesto virtual, vamos fazer outdoor e faixas para mostrar à população o quão errado está o prefeito em desrespeitar o servidor público”, disse.
“O balanço que fazemos é que a categoria está empenhada, unidade, a Prefeitura não pensa que vamos esmorecer ou largar e a cada dia estamos mais fortes. Cada ataque fortalece ainda mais e vamos brigar pelos nossos direitos. Não adianta chamar a Justiça, pois não vamos abdicar do nosso direito, não tem arrego”, completou o líder sindical.
VERGONHA
Questionado sobre a Prefeitura acionar a Justiça para considerar o movimento por valorização profissional irregular, o presidente do Sismar classificou a medida como “vergonhosa”. Segundo ele, o prefeito Edinho Silva (PT) virou as costas para os trabalhadores.
“Que vergonha um prefeito que deitava na rua para fazer piquete para não deixar as pessoas sofrerem o que ele está fazendo sofrermos agora. Virou as costas para o partido, para o trabalhador e sabe Deus para quem ele trabalha agora”, defendeu.
“Entendemos que quando a pessoa entra na política ela pede para esquecer o passado, então é mais um político que esqueceu o passado e chicoteia as costas do trabalhador. Trabalhador esse que faz ele estar aqui, pois se não fizermos nosso trabalho na base, ele não era eleito”.
Uma das formas de protesto tiradas na assembleia é que os trabalhadores usem preto em seus locais de trabalho. Durante o encontro, inclusive, foi feito um velório simbólico da proposta de reajuste de 5% apresentada pela administração municipal para os servidores municipais.
“Vindo de preto, inclusive, ratificando o enterro que fizemos aqui dos 5%, da nossa dignidade, esperança de democracia, pois queríamos um prefeito democrático, que veio do Partido dos Trabalhadores, da base, então enterramos tudo o que tem de errado e ele vem mostrando para gente”, alfinetou.