O presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Araraquara e Região (Sismar), Gustavo Jacobucci, usou a Tribuna Popular da Câmara Municipal para cobrar reajuste salarial para os trabalhadores da Prefeitura. O líder sindical também cobrou diálogo com a administração.
Durante sua fala, o líder sindical alertou aos vereadores que somente “homenagens não são suficientes para alimentar uma família” e criticou o prefeito Edinho Silva (PT) por acionar a Justiça para, em sua avaliação, proibir que o trabalhador mostre seu descontentamento.
“Ao invés de investir dinheiro no servidor, ele investe milhões em mídia e tenta passar uma imagem errada dizendo que os servidores estão errados, que estamos mentindo e diz mais mentira”, iniciou sua fala diante dos vereadores e da galeria cheia.
O representante dos trabalhadores disse que a Prefeitura arrecadou mais no ano passado e reforçou que a inflação vem corroendo o salário dos trabalhadores, o poder de compra e aumentando a carestia para as famílias.
“É humanamente impossível sobreviver hoje com um salário. A Prefeitura está hoje com 43% da folha comprometida com a Lei de Responsabilidade Fiscal. Dos últimos anos, acredito que seja a parte mais folgadas nessa situação”, defendeu.
Na avaliação de Jacobucci, o objetivo dos trabalhadores é apenas repor as perdas acumuladas ao longo dos últimos anos, visto que a categoria vem desde maio de 2019 sem qualquer reajuste salarial.
“Temos um pedido simples e objetivo, que não é pedido de aumento, mas simplesmente de reposição das perdas inflacionárias de maio de 2019 até fevereiro de 2022 estimado em 20%, mas que já passou de março em diante para 21,13%. Até maio, vai aumentar de novo”, disse.
Outro ponto abordado pelo presidente do Sismar a Prefeitura ter protocolado o projeto de lei sobre a data-base na última quinta-feira (14), às 23h59. Jacobucci disse que a proposta foi entregue na “calada da noite” e apresentou pitadas de “sadismo” pelo governo.
Ainda conforme o presidente do Sismar, a dívida com precatórios chega a R$ 186 milhões e parte dela foi adquirida após decisões tomadas em gestões do próprio prefeito Edinho Silva (PT). “Ao longo dos anos tentamos orientar a administração”, afirmou.
Após a fala do dirigente sindical, o presidente da Câmara, Aluísio Braz, o Boi (MDB), afirmou que articulou em nome da Casa de Leis a reabertura das negociações. Segundo ele, a Prefeitura deve protocolar uma nova proposta para análise dos trabalhadores.
“O prefeito já disse que estão debruçados em uma nova proposta e que a negociação está reaberta. Se esse é o intuito, já foi conquistado. Já está reaberto e a categoria sabe disso e falei para o presidente antes da sessão. Vem uma nova proposta e o Sismar com a categoria vai avaliar o conteúdo”, disse Aluísio Braz, o Boi.
“O papel da Câmara é mediar, fazer as partes sentarem novamente e construírem algo melhor para o servidor. É neste sentido que eu como presidente da Câmara vou caminhar. A discussão não está encerrada e esse projeto pode ser rasgado, pois, não vai ser votado nessa Casa da forma que está”, completou.
Procurada, a Prefeitura não respondeu se retomou ou vai retomar as negociações com os trabalhadores. Tão logo isso ocorra, uma atualização vai ser publicada. Em nota, o Sismar disse aguardar o documento com a proposta para chamar assembleia e decidir sobre ela.
