Por: Agência Brasil
Apenas um terço do estoque de vacinas contra o HPV à disposição do estado de São Paulo foi aplicada até maio deste ano. Segundo a secretaria de Estado da Saúde, o ministério da Saúde enviou mais de 1,06 milhão de doses da vacina em 2023, mas apenas 315.703 foram aplicadas.
Entre a população prioritária, meninos e meninas de 9 a 14 anos, foram aplicadas 299.658 doses da vacina quadrivalente contra o HPV. Os números estão disponíveis no DataSUS.
Segundo o PNI (Programa Nacional de Imunização), para alcançar a imunidade são necessárias duas doses da vacina. A meta é ter pelo menos 80% das crianças e adolescentes entre 9 e 14 anos, em todo o país, com o esquema vacinal completo.
Segundo o governo de São Paulo, no acumulado dos últimos seis anos, 59,6% das meninas entre 9 e 14 anos e 39,2% dos meninos tomaram as duas doses da vacina.
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A vacina quadrivalente previne a infecção por quatro tipos de HPV, incluindo os tipos 16 e 18, que respondem por 70% dos casos de câncer do colo de útero no mundo, 90% dos casos de câncer de ânus e 60% dos cânceres de vagina.
Segundo o Inca (Instituto Nacional do Câncer), só em 2023, São Paulo deve registrar 2,5 mil novos casos de câncer de colo de útero. Esse tipo de câncer é a terceira causa de morte prematuras de mulheres no país.
No Brasil, são 17 mil casos de câncer de colo de útero diagnosticados por ano, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), e estima-se que cerca de 5 mil mulheres morram por ano vítimas desta doença. Trata-se da infecção viral mais comum do trato reprodutivo no mundo e estudos comprovam que 50% a 80% das mulheres sexualmente ativas serão infectadas em algum momento de suas vidas.
VETO À CAMPANHA
No dia 15 de setembro, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, vetou um Projeto de Lei que previa levar a vacinação de crianças e adolescentes contra o vírus, uma vez ao ano, para dentro das escolas.
O PL Nº 134/2022, de autoria das deputadas estaduais Marina Helou (Rede), Edna Macedo (Republicanos) e Delegada Graciela (PL), além da agora ex-deputada Patrícia Gama, incluía quatro eixos de atuação: conscientização, imunização, diagnóstico e tratamento. A Assembleia Legislativa aprovou o projeto no dia 8 de agosto.
A proposta determinava a criação de um calendário estadual de vacinação do vírus HPV, que se iniciaria em março de cada ano, garantindo o direito à vacinação do HPV preferencialmente nas escolas do estado de São Paulo no mês de março.
Na justificativa do veto, o governador alegou que a secretaria da Saúde considerou dispensável a aprovação do projeto por já existirem políticas públicas em execução na área. Entre outros pontos, ele argumentou que a vacina contra o HPV está inserida no Calendário Nacional de Vacinação e que a Coordenadoria de Controle de Doenças já promove campanhas de esclarecimento.
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