O número de crianças atendidas na pediatria da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Central, em Araraquara, com crise respiratória está em alta desde o início do ano. Entre janeiro a abril, foram mais de 12,6 mil atendimentos.
Dados da secretaria municipal de Saúde, levantados a pedido do portal acidade on, mostram 1.801 atendimentos no primeiro mês do ano. Este número saltou para 2.985 em fevereiro e disparou para 4.450 em março. Em abril, houve uma queda ainda não consolidada para 3.400 consultas.
Segundo o pneumologista Flávio Arbex, o outono, conhecido pelas mudanças constantes de temperatura, colabora com o aparecimento de doenças respiratórias e infecciosas.
VEJA TAMBÉM
Prefeitura de Araraquara volta a administrar o Terminal Rodoviário
“No Tom do Tom”: Orquestra homenageia Tom Jobim na Unesp Araraquara
“Aumenta muito a incidência de doenças respiratórias, piora do controle de quadro de rinite, sinusite, bronquite, asma, a exacerbação de DPOC [Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica]. Além disso, costumamos ficar em ambientes mais fechados, mais próximos por causa do frio, e isso aumenta a circulação de doenças virais”, explicou.
Segundo a secretaria, a mesma demanda de atendimentos foi observada na UPA do Valle Verde, que também possui pediatria, com aumento de casos de bronquiolite. Entretanto, sem aumento proporcional em relação aos casos de covid-19.
A orientação do pneumologista é que os pais prestem atenção ao comportamento da criança para identificar os sintomas de alguma dessas doenças: se ela está muito prostrada, com dificuldade de se alimentar, cansaço. Nocaso de bebês, pela barriga também é possível notar se há dificuldade na respiração.
Nem sempre sabemos o vírus que está circulando, nem sempre a gente testa. Quando testamos, por exemplo, o da covid-19, que é mais comum e vem negativo, isso não exclui outros vírus. Adenovírus, rinovírus, metapneumovírus e diversos outros podem estar circulando. Isso aumenta muito a incidência desses quadros respiratórios em crianças, que pode apresentar febre e, associado a ela, tosse, coriza e dor de garganta”, acrescentou.
Segundo o profissional, lavar as mãos e estar com as vacinas em dia são formas de prevenção nesta época do ano e ajudam a diminuir a disseminação dos vírus.
“A gente sempre frisa a importância de lavar as mãos e o nariz. Se perceber que a criança está com febre ou doente, evite levar para escola. A gente sabe que é muito difícil para alguns pais deixar a criança em casa, mas a partir do momento em que ela está com febre ou sintoma respiratório, ela vai transmitir para outras crianças. Outro cuidado é vacinar com as vacinas disponíveis contra covid e influenza. O que a gente puder fazer de cobertura vacinal, com certeza, vai ajudar a diminuir a disseminação dos vírus”, concluiu.
LEIA MAIS