“Araraquara teve coragem de em momentos cruciais fazer medidas que pudessem conter a pandemia”. A afirmação é da secretária de Saúde, Eliana Honain, em entrevista à CBN sobre um ano após o primeiro lockdown na cidade.
Segundo ela, naquele momento, diante do número crescentes de casos atribuído a circulação da variante Delta, não havia outra alternativa.
“Diante de cada situação, Araraquara sempre se baseou na ciência”, afirma. “Quando você não tem algo efetivo para combater a doença, no caso a vacina, o único mecanismo é o distanciamento social”, explica.
Em fevereiro de 2021, Araraquara somava pouco mais de 12,2 mil casos, e contava com 100% de ocupação de leitos e Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e enfermaria. Por duas semanas, a cidade ficou sem leitos disponíveis.
Eliana Honain afirma que o cenário é outro, principalmente, por conta do avanço da vacinação. Se dentro do contexto do lockdown, apenas 13 mil doses de vacina tinham sido aplicadas, hoje, já são mais de 524 mil.
“Este ano, nós temos um grande número de casos, muito maior do que naquela época. Mas com um grande diferencial: a vacina tem impedido com muito eficácia que não tenhamos colapso hospitalar”, aponta.
De fato, os casos dispararam de um ano para outro: saíram de 12,2 mil para 59 mil, ou seja, um salto assustador de 386%. As mortes também cresceram de 148 para 658 em apenas um ano, ou seja, aumento de 344%.
A secretária de Saúde diz que, embora diante de muitas críticas de setores contrários ao lockdown, como o econômico, “foi um momento extremamente elogiado pela Saúde Pública e por sanitaristas que parabenizaram a decisão”, comenta.
“Nós conseguimos mostrar a eficácia do lockdown com a queda vertiginosa de casos e mortos [registrada na sequência ao confinamento]”, afirma. “Até hoje as criticas continuam, mas mostramos que [naquele cenário] não tínhamos alternativa. A partir deste ano, mesmo com aumento de casos, nós não tivemos esta necessidade”, completa.
Sobre o cenário atual, Eliana Honain afirma que, hoje, já é possível ver queda vertiginosa de casos, principalmente, por conta da testagem em massa.
“A gente continua testando indiscriminadamente. Com isso, conseguimos identificar precocemente para iniciar o isolamento e reduzir a circulação [do vírus]”, finaliza.