Araraquara e cidades vizinhas devem realizar eventos de Carnaval em 2022, segundo apurou a reportagem da CBN Araraquara nesta quarta-feira (17).
Em nota, a Prefeitura de Araraquara comunicou que o assunto passa no momento por diálogo com a Liga das Escolas de Samba e as diretorias das quatro escolas formalmente constituídas.
A nota ainda diz que por causa da pandemia e os efeitos para as agremiações, o carnaval deverá ter um formato diferente e com restrições sanitárias.
A Prefeitura estuda realizar as apresentações das escolas de samba evento em formato reduzido no pavilhão do CEAR. “Alguns bairros terão apresentações pontuais para territórios mais excluídos do lazer privado”, apontou.
BOA ESPERANÇA DO SUL
Na cidade de Boa Esperança do Sul, a Prefeitura disse que com o avanço da vacinação, redução de casos de covid e agravamento de quadro clínico dos pacientes, não haverá impedimento para realização das festas de Carnaval.
A expectativa é de que Boa Esperança tenha evento nos quatro dias de Carnaval e com pelo menos duas matinês.
A Prefeitura reforçou que se houver o evento, as festividades serão regradas pelos protocolos de prevenção a doença e, muito possivelmente, aberta apenas aos vacinados.
NOVA EUROPA
Já Nova Europa anunciou que não vai festejar no ano que vem. Em entrevista recente à CBN, a vice-prefeita Lidiane Rodrigues que a decisão acontece por receio de um possível aumento de casos, além de respeitar as vidas dos moradores que morreram vítimas do coronavírus.
“Por conta da pandemia e em respeito as famílias que perderem seus entes queridos, estamos sendo prudentes e com medo do aumento de casos optamos por não realizar o carnaval em 2022”, frisou.
SANTA LÚCIA
Em Santa Lúcia, o prefeito Luizinho Noli disse que ainda não há uma decisão sobre o assunto. A mesma coisa acontece na cidade de Matão, que segue sem uma posição.
O QUE DIZEM OS ESPECIALISTAS
A sanitarista, doutora em Saúde Pública e pesquisadora da Fiocruz, Tatiane Marques, explica que mesmo com a vacinação existem riscos, até porque nos eventos podem conter pessoas sem nenhuma dose.
“Mesmo com uma cobertura vacinal acima de 60% que esperamos ter até o final do ano, sabemos que muitas pessoas não se vacinaram e não vão se vacinar, então há grupos de pessoas que se recusam a se vacinar no meio do carnaval”, apontou.
A especialista ainda diz que em cidades menores, muitas festas acontecem em clubes e locais fechados, sendo esses ambientes facilitadores pra circulação do vírus.
“Carnaval é um momento de aglomeração onde as pessoas estarão sem máscaras e sabemos que esses eventos ocorrem em clubes fechados em cidades menores, com maior aglomeração de pessoas e sem circulação do ar. É um ambiente ideal para infecção”, apontou.
O fisiopatologista Vitor Valenti alerta para a possibilidade de variantes mesmo com a segurança da vacinação comprovada. O exemplo é a Europa, onde alguns países enfrentam surtos da covid.
Além disso, o especialista diz que pouco tempo depois do Carnaval, o Brasil vai passar por um período sazonal favorável para transmissão de infecções respiratórias.
“De um a dois meses após o carnaval se inicia um período sazonal que favorece surgimento de infecções respiratórias e é preciso muita cautela nessa época de carnaval. Se a prefeitura e próprio Estado liberarem as festas de carnaval muitas pessoas não vão usar máscaras , vão participar de aglomeração e isso pode favorecer infecções e surgimento de variantes – mesmo com pessoas vacinadas, piorando a situação”, reforçou.
O carnaval do ano que vem está marcado para o dia 28 de fevereiro e 1º de março.