Outubro terminou com uma redução de 25% nos casos de Covid-19, em Araraquara. Foram 618 registros contra 833 em setembro é o menor número do ano e o quarto mês consecutivo de queda.
Por outro lado, o total de mortes se manteve o mesmo. Assim como no mês anterior, em outubro, 11 pessoas perderam a vida em decorrência da doença menor número desde agosto de 2020 e o terceiro mês consecutivo sem alta.
Em entrevista ao Manhã CBN, o médico epidemiologista e professor da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Bernardino Alves Souto, destacou que este cenário reflete um percentual elevado da população com anticorpos, seja pela vacinação ou por contato direto com vírus.
No entanto, segundo o especialista, é preciso ficar em alerta porque esta imunidade coletiva pode ser temporária, como já aconteceu em outros países.
“Aqui no Brasil estamos afrouxando em excesso as medidas preventivas e corremos o risco que essa pandemia fique persistente ou que provoque novas ondas ou surtos epidêmicos nos próximos meses. É uma situação boa a que estamos vivendo, mas que exige muita cautela, pois nenhum dos indicadores de que a epidemia estaria controlada foram alcançadas ainda. A instabilidade da condição que encontramos hoje com a epidemia, ainda é muito grande e não nos oferece segurança o suficiente para afrouxar medidas preventivas, pois a epidemia ainda não acabou”, explica.
Em Araraquara, os casos de Covid-19 estão em queda desde julho, pós-avanço da vacinação. O mesmo acontece com as mortes.
A secretária municipal de Saúde, Eliana Honain, atribuiu o resultado ao “esforço de todos”, com distanciamento social, uso de máscara e, principalmente, à vacina. Nas palavras dela, é uma “grande vitória”.
“A gente colhe hoje o fruto do empenho de todos em relação a isso. Estamos ai há dias sem óbito. Reduzimos o número de casos, diminuindo a transmissão, e a gente sabe que a transmissão não é resolvida com a vacinação, mas que a vacinação auxiliar muito nas complicações e, principalmente, nos óbitos.
Os dados do Vacinômetro, do governo de São Paulo, mostram que mais de 198 mil pessoas tomaram a primeira dose de alguma vacina contra a Covid-19 e mais de 172 mil completaram o esquema vacinal com as duas doses ou única.
Utilizando como base os 238 mil habitantes, da estimativa populacional do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) para 2020, o percentual da população com a primeira dose é de 83%. Já com o esquema vacinal completo são 72%.
O médico Bernardino Alves Souto argumentou que, mesmo com a situação epidemiológica mais confortável, não é o momento de mais flexibilizações, como a liberação do uso obrigatório de máscara.
O especialista afirma que a vacina é eficaz para redução de mortes e casos greves da doença, mas não protege o suficiente da transmissão.
“O que temos que fazer? Temos que usar a máscara e fazer o distanciamento para não pegar ou transmitir o vírus, além de tomar a vacina para mesmo assim não morrer da covid. Se a gente não fizer isso, poderemos ter uma nova onda epidêmica, com menos mortes, devido a alta taxa de população vacinada. Mas essa transmissão aumenta o risco de mutação do vírus e essa mutação pode trazer problemas, inclusive, em relação a vacina”, finaliza.