Há exatamente um ano, Araraquara adotava a medida mais rígida no enfrentamento a pandemia. No dia 15 de fevereiro de 2021, a cidade paralisava pela primeira vez.
Foi em uma segunda-feira, que entrou em vigor o decreto assinado pelo prefeito Edinho Silva (PT) que proibia a circulação de carros e pessoas pelas ruas da cidade, sem qualquer justificativa. A exceção eram os serviços considerados essenciais.
Também no dia 15, com 197 pacientes, Araraquara alcançava pela primeira vez 100% de ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e de enfermaria simultaneamente. No dia seguinte, inclusive, a fila de espera para transferências chegava a 16 pacientes graves.
A cidade permaneceu assim por duas semanas. Até o dia 2 de março, não havia leitos disponíveis para internação. Algo que não voltou a se repetir, desde então.
Neste cenário, o prefeito Edinho Silva admitia pela primeira vez que o sistema de saúde entrava em colapso. Sem leitos disponíveis, o secretário estadual de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi, anunciava mais 25 unidades de internação.
Após quatro dias de lockdown, com o isolamento social aquém do esperado, o confinamento seria prorrogado por mais três dias, com medidas ainda mais rígidas.
Na ocasião, todas as atividades comerciais e prestadores de serviços ficavam proibidos de funcionar, inclusive, postos de combustíveis, que só tiveram autorização para abastecer viaturas de serviços públicos. Até o transporte coletivo foi suspenso.
Doze dias depois, no dia 27, os supermercados voltavam a atender presencialmente o público e as medidas começavam a ser flexibilizadas gradativamente.
De lá para cá, o cenário mudou. Mas, diferente do que acontecia no ano passado, a ocupação de leitos não dá sinais de colapso, mesmo com a redução de leitos. Atualmente são 58 pacientes internados, e 58% de ocupação de leitos de enfermaria e 69% de UTI.
Por outro lado, os casos dispararam de um ano para outro, saindo de 12,2 mil para 59 mil, ou seja, um salto assustador de 386%. As mortes também cresceram de 148 para 658 em apenas um ano, ou seja, aumento de 344%.
A boa notícia, é que mesmo com a disparada de casos, as internações e óbitos não acompanharam na mesma proporção. Resultado, segundo os especialistas, da vacinação.
Se dentro do contexto do lockdown, apenas 13 mil doses de vacina tinham sido aplicadas, hoje, já são mais de 524 mil.
Em fevereiro de 2021, profissionais da saúde e grupos prioritários tomavam a primeira dose da CoronaVac. Hoje, o munícipio já aplica a quarta dose em públicos específicos, e a vacinação acontece com todas as vacinas disponíveis, incluindo, Janssen, AstraZeneca e Pfizer.
Atualmente, 84% da população já concluiu o esquema vacinal na cidade, com as duas doses ou com a dose única. Em relação à terceira dose, já são 44%.
Diante do aumento de casos, atribuído à circulação da variante Ômicron, unidades de saúde foram reestruturadas neste início de ano e um centro de testagem foi aberto, mas, em nenhum, foi cogitado qualquer restrição das atividades econômicas, que continuam funcionamento normalmente.