Um mês após dar início a coleta de plasma de pacientes recuperados da Covid-19, o Hemonúcleo de Araraquara alcançou o primeiro resultado positivo. Um paciente, que não teve o perfil divulgado pelo Hospital São Paulo, fez uso da terapia, associado a outros medicamentos, e se curou da doença, em novembro.
O hospital, no entanto, é cauteloso e explica que não é possível afirmar que a cura esteja diretamente associada ao plasma, mas que o paciente teve melhora em seu quadro clínico após a terapia.
O primeiro caso foi em novembro. A informação, no entanto, só a veio a público agora.
Mesmo sem dar detalhes sobre o estado clínico e o perfil do paciente, o médico responsável pelo Hemonúcleo, Reinaldo Bonfá, afirma que o resultado foi dentro do que era o esperado.
“Vemos o doador que tem um alto índice de anticorpo e desses separamos o plasma e em casos que haja necessidade fazem a transfusão. Foi [o esperado], mas ainda temos que estender para outros pacientes”.
Este procedimento é utilizado em casos graves. Pacientes que estão internados recebem o plasma, que é a parte do sangue que contém os anticorpos, ou seja, a defesa do organismo contra a doença.
O plasma auxilia no tratamento porque um paciente leva tempo para produzir anticorpos. A terapia pode ser uma alternativa para agilizar este processo de produção de defesa do corpo.
Muitos pacientes têm o quadro clínico agravado pela doença porque não conseguem produzir a autodefesa rapidamente.
O maior desafio, segundo Reinaldo Bonfá, é encontrar doadores. Um único paciente pode precisar de mais de uma doação.
“Essa doação tem sido voluntária, então nós temos um problema. Não adianta você também pressionar demais a pessoa, pois é importante que elas colaborem para conseguir manter, tanto no sentido da doação clássica, quanto ter esses doadores com covid convalescentes, inclusive. Você tem que fazer em vários doadores, não um só para tratar uma pessoa, pois vai tratando até o paciente melhorar”, finaliza.
Para dar prosseguimento as terapias, o Hemonúcleo está precisando de doadores. A doação auxilia tanto os pacientes em tratamento contra a Covid-19, quanto em outras patologias.
Podem doar pessoas entre 18 e 55 anos, já contaminadas e curadas. Os agendamentos são feitos pelo telefone (16) 3301-6102.