“Não vai resolver nada”. Esta é a conclusão de Willian Jorge Molina Gil, presidente do sindicato dos Hotéis, Bares, Restaurantes e Similares (Sinhores), sobre a exigência do passaporte da vacina para entrada em eventos que promovam aglomerações.
O assunto foi discutido em audiência pública na última quarta-feira (02) e pode ser votado, nesta terça (08), pelos vereadores. A prefeitura encaminhou à Câmara um substitutivo do projeto de lei, após apontamentos dos parlamentares no texto original.
O PL também acaba com o teste RT-PCR como alternativa a apresentação do comprovante do esquema vacinal completo.
Segundo Molina Gil, a medida não é eficaz já que existem outros espaços em que não há controle sanitário e qualquer restrição de entrada. “Você vai a certos locais, como estádios de futebol, em que está todo mundo sem máscara. Tem algumas chácaras por ai, em que todos ficam à vontade”, argumenta.
O presidente do Sinhores afirma que defende a vacinação, mas que a exigência do passaporte da vacina pode encarecer as atividades do setor de Serviços e sem apresentar qualquer resultado no que se refere ao controle da pandemia.
A opinião é compartilhada pelo Júlio César Bueno Moraes, gerente de uma casa noturna, que fica no Centro da cidade e que, desde o ano passado, exige o comprovante de vacinação.
Ele reconhece que é um assunto delicado, mas, particularmente, defende a vacina contra a covid-19. “Por um lado é bom porque a galera está vindo vacinada, mas é difícil obrigar as pessoas a tomarem [a vacina]”, avalia.
O gerente afirma que, hoje, os frequentadores estão acostumados, mas que antes foi bastante complicado. “A gente perdeu público no começo”, justifica.
O comprovante vacinal também tem preocupado uma empresa especializada em formaturas, que já perdeu contratos com formandos por conta da exigência.
Eduardo José Rumim, que é gerente da empresa, explica que o maior desafio é convencer os formandos e as famílias. “Já tivemos muitos problemas ao exigir a documentação e, por conta disso, muitos alunos desistiram [da formatura]”.
Segundo ele, a inadimplência aumentou 25% durante a pandemia. Agora, são os cancelamentos que têm aumentado os prejuízos do setor. “Para quem fica, ou diminui a estrutura do evento ou acaba pagando mais caro para suprir os que saíram”, pontua.
O presidente do Sinhores diz que “não adianta cercar o pasto e não cercar o pasto do vizinho”. A fala faz menção a um recente evento que aconteceu em Américo Brasiliense e com grande número de pessoas. “A gente se preocupando com todas as regras que a Vigilância Sanitária nos impõe e o vizinho fazendo o regaço”, completa.