O número de pacientes em tratamento contra câncer urológico, que inclui o de próstata, caiu no Hospital do Câncer da Santa Casa de Araraquara. De janeiro a setembro deste ano, 150 homens realizaram sessões de quimioterapia e radioterapia.
Este número é o menor dos últimos dois anos. Em 2021 e 2020, foram tratados 251 e 166 casos, respectivamente.
O urologista da Santa Casa, Felipe Azenha Lamônica, explicou que o câncer de próstata é silencioso e completamente assintomático no início. Segundo ele, a saúde pública ainda enfrenta os impactos da pandemia da covid-19 na realização de exames.
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“Claramente, um dos graves desdobramentos da pandemia, principalmente, na saúde pública, é o aumento do número de casos graves sendo diagnosticados pelo afastamento dos pacientes de suas consultas. Infelizmente, o câncer de próstata é subnotificado, principalmente, pelo fato da avaliação com urologista ainda ser um tabu para muitos homens”, salientou.
Estatísticas mostram que o câncer de próstata afeta um em cada nove homens. É o segundo com maior incidência no sexo masculino e também o segundo que mais mata, atrás apenas do câncer de pele e pulmão, respectivamente.
Segundo Felipe Azenha, as chances do desenvolvimento do câncer de próstata são aumentadas após os 50 anos e duplicam em caso de histórico familiar da doença em parente de primeiro grau. Ser obeso e negro também podem ser determinantes.
“Além destes fatores, é importante salientar a relação do tabagismo e de uma dieta inadequada para o desenvolvimento do câncer”, completou o médico.
O Novembro Azul, que é o mês de conscientização sobre a importância da saúde do homem, reforça os cuidados voltados à prevenção, diagnóstico precoce e tratamento.
Os médicos reforçam que a tríade para evitar o aparecimento de qualquer tipo de câncer passa por atividade física regular, alimentação balanceada e evitar o tabagismo. Além da realização de exames todos os anos.
“Praticamente 100% dos homens com diagnóstico precoce viverão mais de cinco anos após o diagnóstico, com chances de cura próximas a 90%. Por isso, é fundamental o diagnóstico precoce, que poderá ser realizado em avaliações de rotina, uma vez por ano, utilizando exame de sangue e/ou o de toque da próstata”, disse o urologista.
“É um exame desagradável, porém, extremamente rápido e com pouco desconforto, levando em média 5 segundos, e que pode agregar muita informação na avaliação clínica do paciente. Então, consulte um urologista regularmente, tire suas dúvidas, se informe com um profissional capacitado e cuide de sua saúde”, concluiu Felipe Azenha.