Os números atualizados todas as semanas pelo Comitê de Contingência do Coronavírus de Araraquara mostram que a covid-19 ainda é uma realidade na cidade. Embora com menos letalidade e incidência de casos, muitas pessoas não abrem mão das máscaras de proteção e de manter os cuidados que começaram ainda na pandemia.
A doméstica, Maria Ana Lúcia Silva, de 53 anos, disse que utiliza a proteção sempre que sai de casa porque ainda não se sente protegida e teme ser infectada pelo vírus.
“Ainda não me sinto segura para deixar de usar porque eu tenho várias doenças. Sempre que saio de casa, uso. Eu me sinto mais segura, nunca peguei covid desde quando começou e eu acredito que tenha sido por causa da vacina e da máscara“, disse.
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A mesma preocupação é compartilhada pela aposentada Márcia Mello, 59, que utiliza a proteção no transporte coletivo e em locais fechados, como a Udefa (União dos Deficientes Físicos de Araraquara), onde faz fisioterapia. Depois de tanto tempo, ela disse que já está acostumada.
“Eu uso em tudo lugar. Agora, eu tirei porque ia falar no celular. Já estou acostumada e em todo lugar eu uso”, afirmou enquanto esperava o ônibus em um ponto da Rua São Bento (R.3).
O engenheiro civil, Álvaro de Carvalho Rodrigues, 63, ainda se protege utilizando a máscara. Ele contou que a proteção, associada a todas a doses das vacinas, fez com que nunca pegasse a doença.
“Temos que tomar cuidado em relação, não só à covid-19, como a gripe. Quando frequento lugares com maior número de pessoas, procuro usar a máscara como prevenção, para evitar qualquer tipo de problema“, explicou.
Na última sexta-feira (1º), o Comitê confirmou 143 novos casos e a morte de uma idosa de 85 anos. Desde o início da pandemia, são mais de 104,6 mil casos, incluindo 762 óbitos.
Segundo a secretária municipal de Saúde, Eliana Honain, embora não seja mais obrigatório, o uso de máscara ainda é recomendado para casos específicos, como pessoas com doenças respiratórias ou com alguma comorbidade.
“A máscara é fundamental para evitar infecções respiratórias das vias aéreas. Então, ela tem necessidade para este grupo específico: pessoas com qualquer síndrome gripal, com imunidade comprometida, doenças autoimunes. Ela é totalmente recomendada para estas pessoas”, afirmou.
O agente operacional de serviços públicos, Carlos Eduardo Pierre, 56, utiliza a máscara por recomendação médica. Ele sofreu comprometimento dos rins ao ser infectado pelo coronavírus durante a pandemia e teme novamente a doença.
“Eu só tiro a máscara quando chego dentro de casa, do resto, eu utilizo aonde for. Eu não concordo que a pandemia já acabou. Mas, vai de cada um. Eu estou me prevenindo, cada um com sua consciência“, justificou.
Para o médico epidemiologista e professor da Ufscar (Universidade Federal de São Carlos), Bernardino Alves Souto, o uso da máscara ainda é recomendado, considerando a circulação de doenças transmistidas por vias respiratórios, como a gripe e a covid-19. Segundo ele, embora com menos gravidade atualmente, estas doenças ainda podem causar morte de pessoas mais vulneráveis, como idosos, não vacinados e com comorbidades.
“É recomendado a estas pessoas, o uso sistemático de máscara em situações em que elas poderão se expor aos vírus, principalmente, em ambientes fechados ou com aglomeração”, defendeu.
Ainda de acordo com o especialista, a proteção também é prudente em unidades de saúde e de cuidados com idosos, e por parte de quem esteja com sintomas de infecção respiratória.
“Nova onda de covid-19 está começando no Brasil neste momento. Embora tudo indique que será uma onda bem mais tranquila do que as anteriores, recomenda-se que todas as pessoas usem máscara em locais aglomerados até vermos o rumo que está nova onda vai tomar“, orientou.
A promotora de vendas, Maria Amélia Runho, 56, trabalha com atendimento ao público em uma loja no Centro. Ela mantém o uso da máscara e disse que só deve deixar de utilizá-la quando se sentir 100% segura.
“Eu não tenho total segurança para ficar sem máscara, a gripe voltou. Eu me sinto mais confortável e mais confiante porque atendo o público e você nunca sabe”, justificou.
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