Ao menos 13 doses de vacinas contra a covid-19 vencidas podem ter sido aplicadas em Araraquara. A apuração e publicação é do jornal Folha de São Paulo, nesta sexta-feira (2). Ciente do caso, a secretaria de Saúde explica que está investigando o ocorrido.
As doses utilizadas em Araraquara teriam sido distribuídas em cinco pontos de vacinação: 7 no Serviço Especial de Saúde (Sesa), 2 na Vigilância Epidemiológica, 2 no Adalberto Roxo, 1 no Iedda e 1 na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Vila Xavier.
Segundo apontado pela Folha, no Sesa, foram aplicados seis imunizantes do lote 4120Z001, em 29 de março e um do lote CTMAV501, em 30 de abril. Na Central de Vigilância Epidemiológica as duas doses vencidas são dos lotes 4120Z004, de 13 de abril e CTMAV520 de 31 de maio, respectivamente.
Já na Unidade de Saúde do Adalberto Roxo foram duas doses do lote 412Z004, de 13 de abril. Esse mesmo lote teve dose aplicada na Unidade de Saúde do Jardim Iedda e na UPA da Vila.
Além de Araraquara, também foi registrada aplicação de uma dose vencida em Américo Brasiliense, sete doses em Matão e uma em Nova Europa.
A publicação usa como base dados do DataSUS e Sala de Gestão Estratégica do Ministério da Saúde (Sage). O jornal aponta que 1.532 municípios brasileiros teriam aplicado o imunizante vencido. Os lotes teriam sido distribuídos, antes da validade, entre janeiro e março.
FALA, PREFEITURA!
Ao ACidade ON, a secretaria de Saúde afirma que está investigando a suspeita de aplicação de 13 doses de lotes de vacina Astrazeneca em unidades de Saúde de Araraquara. As pessoas que receberam as doses já foram identificadas e a Prefeitura está entrando em contato com elas.
“Causa estranheza o fato de cada frasco da vacina render uma média de 10 doses e a suspeita apontar 13 doses em pontos de vacinação distintos. Além disso, é orientação que os profissionais da saúde confiram a data de validade do imunizante antes da aplicação”, diz, em nota.
“Uma das hipóteses que estão sendo consideradas é de lançamento com atraso da aplicação dessas doses no sistema do Ministério da Saúde, mas o fato vai ser apurado e, se houver necessidade, essas 13 pessoas receberão o imunizante novamente”, completa.
O QUE DIZ O MINISTÉRIO DA SAÚDE?
O Ministério da Saúde afirma que nenhuma dose de vacina é entregue aos estados e Distrito Federal vencida. Informa ainda que acompanha rigorosamente os prazos de validade das vacinas contra covid-19 recebidas e distribuídas.
“Conforme pactuado com Conass e Conasems, as doses entregues para as Centrais Estaduais devem ser imediatamente enviadas aos municípios pelas gestões estaduais. Cabe aos gestores locais do SUS o armazenamento correto, acompanhamento da validade dos frascos e aplicação das doses, seguindo à risca as orientações do Ministério”, ressalta, em nota.
Segundo a orientação do Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19 (PNO), caso alguma vacina seja administrada após o vencimento, essa dose não deverá ser considerada válida, sendo recomendado um novo ciclo vacinal, respeitando um intervalo de 28 dias entre as doses. O vacinado deverá ser acompanhado pela secretaria de Saúde local.
O QUE DIZ O GOVERNO DE SÃO PAULO?
A secretaria de Estado da Saúde também afirma que os lotes foram distribuídos dentro do prazo de validade e que a pasta orienta os municípios sobre a aplicação da vacina contra covid-19 e a importância da verificação da data de validade antes do uso do frasco.
“Por meio da plataforma VaciVida, sistema online que permite o monitoramento dos vacinados, a Secretaria de Estado identificou 4.772 registros em 315 municípios que sugerem aplicações dos imunizantes da AstraZeneca após o vencimento”, diz em nota.
“A pasta está informando as prefeituras, que são as responsáveis pela aplicação das vacinas, para realizar busca ativa desta população. Cada prefeitura pode consultar os dados da sua cidade no VaciVida e identificar o munícipe que eventualmente tenha recebido uma vacina vencida. Caso seja uma situação de erro de digitação do lote ou de data de aplicação, os municípios também podem realizar a correção na plataforma”, completa.
O Estado completa que, caso constatada a aplicação de vacina fora da validade, o caso deve ser avaliado individualmente para definir a conduta apropriada definida no PNI. A nota sugere que as pessoas que tiverem dúvidas sobre o imunizante que recebeu, procure a unidade de Saúde em que foi vacinada.