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vacinasEspecialistas defendem vacinas e criticam quem quer escolher

Especialistas defendem vacinas e criticam quem quer escolher

‘Sommelier de vacina’ cresce em Araraquara, mesmo com eficácia comprovada para todos os imunizantes

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Quatro imunizantes estão sendo usados na campanha de vacinação em Araraquara (Foto: Amanda Rocha)

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Mesmo com a aceleração da vacinação contra a covid-19, ainda há desafios para serem superados. Um deles é o comportamento que ficou conhecido como sommelier de vacina. 

Segundo autoridades de Saúde, em Araraquara, cresce o número de pessoas que procuram por vacinas específicas nos diferentes pontos de vacinação da cidade. 

O comportamento ocorre mesmo com a orientação de especialistas sobre a eficácia de todas as vacinas e o alerta de que isso pode comprometer a cobertura viral. 

O Claudinei Carreira, de 72 anos, já está vacinado com as duas doses da Coronavac. Mas a preocupação dele é com os filhos, que vão se vacinar em breve e temem possíveis efeitos adversos da vacina da Oxford/AstraZeneca. 

“Eles estão querendo se vacinar, mas não querem essa, pois estão com medo desse negócio de trombose. Eles vão esperar”, explica. 

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O Claudinei procurou pela unidade de saúde da Vila Xavier para saber qual a vacina era aplicada lá. Algo muito comum, segundo a técnica de enfermagem, Lucimara Martinez Carrem, que é a responsável pelo cadastro dos vacinados. 

“Depois que a gente deu baixa na vacina que ela pergunta qual é e não quer. A maioria vai embora, aí temos que entrar em contato com a Vigilância para poder tirar aquela vacina”, relata. 

No drive-thru do CEAR a prática se repete. Antes de fazer o cadastro, muita gente tem questionado qual a vacina aplicada: um comportamento que ficou conhecido em todo país como “sommelier de vacina” e que em Araraquara não é diferente. 

A enfermeira Giulia Alves Maia conta que pessoas chegam a sair da fila quando descobrem o imunizante. 

“Tanto ligar na unidade previamente para saber qual vacina está sendo aplicada, quanto de estar na fila, não ser a que ele procura e a pessoa desistir de tomar porque não tem a vacina que ele quer naquele lugar. Aí começa aquela procura de ir de posto em posto em busca daquela vacina que ele busca tomar”, conta. 

Alguns até conseguem a vacina desejada. É o caso desta mulher, de 31 anos, que está amamentando. Ela buscava pela Coronavac e conseguiu. 

“Eu esperava que fosse demorar um pouco mais a vacina, mas como sou lactante fiquei muito feliz com a notícia. Vim correndo no posto de Saúde, trouxe a documentação necessária, fiz o cadastro antes de vir e estou aqui feliz esperando minha vez”, afirma. 

Mas nem sempre isso é possível. O coordenador da Vigilância em Saúde, Rodrigo Contrera Ramos, explica que as doses são direcionadas para públicos específicos. 

“Não tem como escolher, até porque ela vem para uma faixa etária específica, a que nós recebemos naquele momento for Pfizer, vai tomar Pfizer, se recebeu AstraZeneca, vai tomar AstraZeneca, não dá para ela escolher uma ou outra. As grades são direcionadas para públicos específicos”, ressalta. 

Dentre as vacinas mais procuradas está a da Janssem – por ser em dose única. Em Araraquara, este imunizante foi utilizado inicialmente na população que vive em situação de rua e, depois, o restante enviado aos pontos de vacinação. 

O lavador de carros, Marcelo José Silva, queria receber esta. Mas não se opôs em tomar a dose da vacina da Oxford/AstraZeneca. “Qualquer uma, o importante é vacinar”, diz.

A médica infectologista, Estela Cirino Catelani, explica que todas as vacinas são eficazes e que esperar para receber um imunizante específico compromete a cobertura vacinal. 

“Todas as vacinas são eficazes e essa escolha de uma vacina ou outra não tem sentido. Atrasa, porque só vamos ter uma proteção quando tiver uma porcentagem boa da população vacinada”, defende. 

Quatro vacinas são aplicadas hoje em Araraquara: Coronavac, AstraZeneca, Pfizer e Janssem. 

Algumas cidades brasileiras anunciaram que as pessoas que não se vacinaram porque estavam esperando por doses específicas vão para o fim da fila. 

Em Araraquara, o coordenador da Vigilância em Saúde explica que o Comitê de Vacina ainda não discutiu quais medidas serão tomadas em relação a essas pessoas. 

“O Comitê de vacina ainda não discutiu quais medidas serão tomadas quanto a essas pessoas, mas acho que o mais importante é que elas recebam a informação verdadeira e de fontes seguras. Orientações errôneas e sem base científica acaba gerando uma confusão na população”, considera. 

A infectologista, Estela Cirino Catelani, explica que avaliar a eficácia de uma vacina por meio de testes de anticorpos não é eficaz. Sobre o medo de efeitos adversos, a médica tranquiliza. 

“Outra causa que as pessoas às vezes querem escolher a vacina é o medo de efeitos adversos. Como a AstraZeneca, o fenômeno de tromboembolismo, então a pessoa fala que tem problema de coagulação, mas isso também não tem nenhuma relação com o problema de coagulação que a pessoa possa ter. O mecanismo de tromboembolismo é completamente diferente de outros problemas de coagulação”, finaliza.

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Walter Strozzi
Walter Strozzihttp://www.acidadeon.com/araraquara
Formado em Jornalismo pela Uniara (Universidade de Araraquara), Walter Strozzi é repórter no acidade on desde 2018. Anteriormente atuou na Tribuna Impressa, Assessoria de Comunicação da Câmara Municipal e CBN Araraquara.
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