Até parar no braço do produtor rural, Jorge Pereira Batista, de 54 anos, a vacina contra a Covid-19 percorreu um longo caminho.
Ele mora no Assentamento Monte Alegre e para chegar até lá, o carro da secretaria da Saúde passou por vicinais e estradas de terra, enfrentou desníveis e muitos buracos.
A partir desta quinta-feira (24), a vacinação contra a Covid-19 foi ampliada para outros 23 pontos. Agora, são 29 no total. Dentre eles, a unidade de saúde do Assentamento Monte Alegre 3.
Até quarta-feira (23), os assentados precisariam procurar o posto de vacinação mais próximo, que fica a 20 km de lá.
E foi assim que a enfermeira Andreia Caires Rapatão começou o primeiro dia de vacinação: orientando os assentados, que cedinho já esperavam pela vacina.
“Todos vão receber a vacinação da Astrazenica, da Fiocruz, são 12 semanas de diferença e na uma carteirinha está tudo documentado certinho com a próxima dose no dia 12 de setembro”, reforça.
ALÍVIO E ESPERANÇA
Justamente por conta da distância, muitos assentados, que já poderiam ter sido vacinados, ainda aguardavam. É o caso da monitora Ana Paula da Silva, de 28 anos.
Ela tem comorbidades e só conseguiu ser vacinada com a ampliação dos pontos de vacinação.
“Eu só ia tomar vacina no final de agosto mas recebi uma mensagem de como eu tenho comorbidades eu poderia tomar a vacina hoje. Muito bom ter o atendimento aqui no sítio onde a gente mora”, diz.
Caso parecido com o do produtor rural, Mário César dos Santos, de 54 anos. Ele tem um aviário e não pode se ausentar da atividade por muito tempo. E desde que a vacina chegou até a faixa etária dele, não tinha conseguido se vacinar.
“A atividade da gente não permite ficar se deslocando , então foi muito importante a vacinação ter vindo pra cá, foi uma conquista importante pra gente. No entanto já consegui me deslocar esperando a minha vez. Estamos fazendo o nosso papel e o poder público o dele”, opina.
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Cerca de mil pessoas moram no assentamento. O local é atendido pela unidade de saúde do Distrito de Bueno de Andrada. As equipes se dividem.
A enfermeira Andreia Caires Rapatão, explica que existem alguns desafios, como, por exemplo, manter as vacinas na temperatura ideal.
“Vamos até Bueno e pegamos todas as coisas que precisamos trazer para cá, a vacina, a caixa de emergência, e depois vamos para o Assentamento pela manhã. Terminando os atendimentos retornamos para Bueno para atender lá e o Horto de Bueno. Temos a caixa térmica para manter na temperatura adequada”, diz.
Os novos pontos de vacinação terão limite de 100 doses por dia. Mas na área rural é diferente varia de acordo com a demanda.
A Djanira Ferreira mora há 12 anos no assentamento. Aos 54 anos, ela tomou hoje a primeira dose da vacina, e começa a se sentir protegida.
“Estou me sentindo bem, mais confiante, e esperando que agora dê tudo certo. E mesmo tomando a vacina temos que continuar tomando todos os cuidados”, conta.
Na área rural também tem casos e mortes. Mesmo distante do Centro, a Alice Alves, de 47 anos, diz que teme ser infectada e que a vacina traz um alívio.
“Eu acho muito bom, foi muito boa a organização. Agora me sinto aliviada”, aponta.