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vacinasVeja o que se sabe sobre vacinação de covid em crianças e adolescentes

Veja o que se sabe sobre vacinação de covid em crianças e adolescentes

Com o avanço da vacinação em adultos começa a vacinação de adolescentes e a discussão e estudos para vacinar crianças

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Veja o que se sabe sobre a vacinação de crianças e adolescentes  (Foto: Roberto Costa/Código19)

 
Com o avanço da vacinação contra a Covid em adultos em partes do Brasil, os adolescentes já começaram a ser vacinados em alguns estados. 

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A vacinação brasileira dos mais novos ocorre no momento em que a variante delta do Sars-CoV-2 provoca aumento de infecções em todo o mundo, inclusive no Brasil. A cepa é mais transmissível e possui escape vacinal.  

Estudos apontam que, mesmo as vacinas continuando a funcionar contra a delta, somente a primeira dose dos imunizantes não tem considerável efeito contra a cepa. Por isso, o esquema vacinal completo -que já era essencial antes- se tornou ainda mais importante.   

Pensando em frear a variante, já há planos, em São Paulo, por exemplo, para adiantar a segunda dose da vacina da Pfizer, que passaria de três meses para 21 dias, como consta na bula do imunizante.  

Com o avanço da delta, os EUA têm visto dezenas de milhares de contaminações em crianças.  

Ao mesmo tempo, diversos países no mundo, entre eles o Brasil, observam sinais de queda de proteção contra a Covid em vacinados e planejam -ou já estão aplicando- doses de reforço nos grupos de pessoas mais velhas e em profissionais de saúde, os primeiros a receber os imunizantes.

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Quais vacinas podem ser usadas para crianças e adolescentes no Brasil?
Até o momento, no Brasil, somente a farmacêutica Pfizer recebeu autorização para mudar a bula de sua vacina e incluir os adolescentes acima de 12 anos. A autorização pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Saniatária) ocorreu em junho.
Fora a Pfizer, o Instituto Butantan foi o único a pedir autorização para uso da Coronavac em populações abaixo de 18 anos. Porém, após a análise das informações enviadas pelo instituto, a Anvisa negou o aval para aplicação do imunizante em pessoas de 3 a 17 anos.
Segundo os técnicos da agência, ainda faltam dados para confirmar segurança e eficácia da aplicação das doses neste grupo. Os documentados apresentados pelo Butantan apresentavam relativamente poucas crianças e adolescentes para uma faixa etária muito ampla.
A Janssen está conduzindo um estudo, autorizado pela Anvisa, para ampliar a indicação de idade de seu imunizante.
Até o momento, estão autorizados para uso em adultos no Brasil os imunizantes da Pfizer, da Janssen, a Coronavac e a Covishield, imunizante de Oxford/Astrazeneca.

Outros países já estão vacinando crianças e adolescentes?

A expansão de idade para aplicação da vacina contra a Covid já vem acontecendo nos últimos meses pelo mundo.
Nos Estados Unidos, o CDC (Centro de Controle de Doenças) recomenda que toda a população a partir de 12 anos deve se imunizar contra a Covid. No país, o imunizante da Pfizer recebeu, em maio, autorização da FDA (agência americana de regulação de drogas) para uso em adolescentes.
Israel, em maio, foi no mesmo caminho ao autorizar a expansão etária para uso da vacina. Com o crescimento de casos no país associado à variante delta, em junho, o ministro da Saúde recomendou que todos de 12 a 15 anos se vacinassem contra a Covid.
A União Europeia, em 28 de maio, também aprovou o uso da vacina da Pfizer e, em julho, o da Moderna para pessoas de 12 a 15 anos.
No início de agosto, jovens com menos de 18 anos de algumas regiões da Espanha começaram a ser imunizados contra a Covid.
No Reino Unido, jovens de 16 e 17 anos devem começar a receber doses de vacina.
Na Alemanha, há um plano do governo para incentivar a vacinação de adolescentes. A preocupação, mais uma vez, é com a variante delta.
O governo da China anunciou há pouco mis de um mês que iria começar a aplicar a vacina Coronavac em crianças a partir de 3 anos.

O que diz a OMS?

Os planos de usar imunizantes em adolescentes e para doses de reforço levou a uma manifestação da OMS (Organização Mundial da Saúde) contrária às ideias.
Em maio, Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS (Organização Mundial da Saúde), pediu para que os países que planejavam imunizar crianças e adolescentes destinassem essas doses ao consórcio Covax, coalizão para distruição mundial de vacinas.
“Em países de renda baixa e média-baixa, o fornecimento de vacinas não tem sido suficiente para imunizar nem mesmo profissionais de saúde”, afirmou Adhanom Ghebreyesus.

As vacinas aprovadas para pessoas menores de 18 anos são seguras?
Sim, as vacinas aprovadas contra a Covid para crianças e adolescentes, como a da Pfizer, são seguras para essa faixa da população, assim como para as demais idades.
Há alguns meses, autoridades de saúde americanas e israelenses alertaram para casos raros e leves de miocardite (inflamação no músculo cardíaco) e pericardite (inflamação da membrana que cerca o coração) associados a vacinas que usam tecnologia de RNA mensageiro, como a Pfizer/BioNTech e Moderna. Os casos eram concentrados em jovens e adolescentes, principalmente homens, após a segunda dose.
O CDC também apontou que os benefícios da imunização para maiores de 12 anos superam muito os possíveis riscos.
Em julho, o estudo que mostra a segurança, a imunogenicidade e a efetividade em adolescentes da vacina da Pfizer foi publicado no respeitado periódico científico The New England Journal of Medicine.
A pesquisa, randomizada, com grupo controle e com os pesquisadores cegados, foi feita com 2.260 pessoas de 12 a 15 anos, das quais 1.131 receberam a vacina e 1.129, o placebo. Os efeitos adversos observados foram transitórios e de leves a moderados, como dor no local da injeção, fadiga e dor de cabeça.
No fim de junho, um estudo de fases 1/2 publicado na importante revista científica The Lancet Infectious Diseases demonstrou que a Coronavac é segura e produz resposta imune em crianças de 3 a 17 anos.
O estudo observou 550 crianças e adolescentes em busca de dados de segurança, tolerabilidade e imunogenicidade (capacidade de gerar resposta imune) de duas doses da Coronavac, com intervalo de 28 dias entre elas, assim como ocorre para outras faixas etárias. A pesquisa foi randomizada, controlada e com duplo-cego.

Há outros estudos sobre esse uso da vacina?
Novos estudos com adolescentes e com crianças -e até bebês- continuam em desenvolvimento e devem crescer, para aprofundar o perfil de segurança dos imunizantes nessas faixas de idade.
Neste ano, a Pfizer/BioNTech iniciou um estudo de fase 1/2/3 que pretende observar 4.500 crianças de 6 meses a 11 anos. A pesquisa, desenvolvida nos Estados Unidos, Finlândia, Polônia e Espanha, visa descobrir se a vacina é segura e gera resposta imune nessa população. A farmacêutica pode expandir o estudo para idades ainda menores de 6 meses, dependendo da segurança observada.
A farmacêutica planejava apresentar dados sobre crianças de 5 a 11 anos para aprovação de uso emergencial nos EUA entre setembro e outubro.
A farmacêutica Moderna também deve ampliar os seus estudos em faixas etárias mais jovens.

Por que são necessários novos estudos específicos em crianças?
Como as vacinas são direcionadas, nesse caso, para um grupo que, em teoria, tem menores risco de adoecimento, hospitalização, quadros graves e morte por Covid, é importante ter dados robustos de segurança dos imunizantes.
Além disso, as crianças costumam ter respostas imunes muito mais intensas às vacinas, o que pode possibilitar usos diferentes, como na quantidade de doses, concentração etc, em relação ao indicado para adultos.

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