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Entre Santos e Ferroviária, a vitória será da modalidade

As glórias vividas pelas Guerreiras Grenás transformaram Araraquara na capital do futebol feminino brasileiro

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Esse ano, Ferroviária e Santos se enfrentaram na Arena Barueri e as Guerreiras Grenás venceram por 2 a 1. (Foto: Ferroviária)

Em agosto, quando o Campeonato Brasileiro feminino retornar após as Olimpíadas, nós teremos um jogo que entrará para a história da modalidade em nosso país. 

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No encontro entre Ferroviária e Santos, pelas quartas de final da competição, nós teremos Tatiele Silveira de um lado e Lindsay Camila do outro. No cerne, as glórias vividas pelas Guerreiras Grenás, que transformaram Araraquara na capital do futebol feminino brasileiro.

Em 2019, Tatiele Silveira deixou o comando técnico do Internacional e assumiu a Ferroviária. Naquele ano, o capítulo final não dá conta da trama que se enredou durante o campeonato. Nas primeiras sete rodadas do Brasileirão, uma única vitória. Contra os principais clubes do país, derrotas para Avaí/Kindermann, Santos e Corinthians. O 7º lugar garantiu a classificação para o mata-mata. No Campeonato Paulista, em quatro jogos, foram três goeladas sofridas enfrentando o time do Parque São Jorge.

Entretanto, em tempos de paz não se formam Guerreiras.

Na primeira eliminatória, o clube superou o Santos nas penalidades, depois de uma derrota na Fonte Luminosa e uma vitória fora de casa. O direito de ir à final também foi conquistado nos pênaltis, após dois empates com o Avaí/Kindermann.

Na decisão, você que está lendo esse texto, sabe como a história terminou. Os algozes Santos e Avaí/Kindermann ficaram pelo caminho, assim como o maior deles: o Corinthians. O título foi trazido para Araraquara e Tatiele Silveira se tornou a primeira treinadora mulher a vencer o Campeonato Brasileiro.

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Tatiele Silveira também carrega consigo os vice-campeonatos da Copa Libertadores, também em 2019, e do Paulistão, em 2020. Ambas as taças estão na galeria corintiana.

Esse ano, Lindsay Camila deixou sua função de auxiliar técnica na seleção brasileira feminina sub-17 para liderar a renovação do ciclo vitorioso conduzido por Tatiele Silveira. Porém, a derrota por 4 a 0, contra o Libertad-Limpeño, logo na estreia da Libertadores, para muitos, indicava que o trabalho que havia dado seus primeiros passos na Argentina seria interrompido precocemente.

Mais uma vez: em tempos de paz não se formam Guerreiras.

Desafiando a lógica e jogando com o coração, a Ferroviária, com ferro e martelo, classificou-se para o mata-mata do torneio, alcançou a final e tingiu a América de grená — mais uma vez. Os quatro gols imprevistos no embate com a Universidad do Chile anunciavam que Lindsay Camila se tornaria a primeira treinadora mulher a conquistar a Copa Libertadores.

Duas treinadoras com o nome escrito na história do futebol feminino brasileiro, o que só poderia em um clube que. nasceu vocacionado para desafiar o impossível. As Guerreiras Grenás vencem títulos e derrotam tabus.

Com a chegada de Tatiele Silveira ao Santos, o ineditismo da partida entre a primeira e única treinadora campeã brasileira contra a primeira e única treinadora campeã da América apontam para “uma ideia cujo tempo tenha chegado” — cantaria o outro.

Entre Sereias da Vila e Guerreiras Grenás, independente do resultado, a vitória será da modalidade.

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