Para os fruticultores que enfrentam dificuldades em acabar com moscas-das-frutas na plantação, pesquisadores da unidade da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) do Amapá desenvolveram um inseticida microbiológico para combater espécies do inseto. Entre elas, estão a praga quarentenária mosca-da-carambola (Bactrocera carambolae), presente em todo o estado do Amapá e em áreas restritas de Roraima e do Pará.
O bioinseticida inédito tem como base o fungo Metarhizium anisopliae, isolado de solo no município de Macapá (AP). Por ter sido obtido no ambiente amazônico, o microrganismo é ideal para o controle das moscas-das-frutas que ocorrem em ambiente tropical.
Os pesquisadores da Embrapa atestaram o potencial de ação desse ativo tecnológico em territórios nacional e internacional, no controle das seguintes espécies de moscas-das-frutas:
- Bactrocera carambolae (mosca-da-carambola);
- Anastrepha fraterculus;
- Ceratitis capitata (mosca do Mediterrâneo);
- Bactrocera dorsalis (mosca-das-frutas-oriental).
Todas elas são de importância econômica para a fruticultura. Somente a mosca-da-carambola já foi identificada em 26 frutíferas como goiaba, manga, carambola, acerola, citros, tangerina, caju, jambo e laranja-da-terra, conforme apontam os estudos da Embrapa Amapá. Por isso, ela é capaz de provocar grande impacto econômico nessas culturas no país.
Como funciona o bioinseticida
Para utilizar o bioinseticida que combate as moscas-das-frutas, o fruticultor precisa aplicá-lo na projeção da copa das frutíferas hospedeiras das espécies-praga. Os resultados mostraram que, em condições de campo, o percentual de controle obtido com a tecnologia foi elevado, chegando a até 87%.
Segundo o pesquisador Adilson Lopes, o controle biológico de pragas agrícolas é uma alternativa sustentável para reduzir ou substituir a utilização de inseticidas químicos sintéticos.
O produto desenvolvido para acabar com moscas-das-frutas não apresenta risco para o meio ambiente e atua sobre as larvas, pupas e adultos da praga ainda no solo. No caso de adultos oriundos de solo tratado, boa parte emerge infectado e morre antes de completar o período de pré-oviposição, não chegando a produzir descendentes.
Para aqueles que tiverem interesse em adquirir o bioinseticida, a tecnologia está no status de ativa para formulação de produto e aguarda por parceiros da iniciativa privada interessados em produzi-lo e comercializá-lo.
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