O trio formado por Antonio Carlos Honório, Breno Bradley Moraes e Tomas Molia Pedreño é responsável por criar um canal nas redes sociais para contar histórias, que são relatos reais, e estórias, as chamadas lendas e ditos populares, de algumas cidades da região do Circuito das Águas Paulista. Segundo Honório, o projeto existe há três meses, e começou de forma inusitada: através de uma conversa entre amigos.
“O programa começou com uma conversa, em que eu estava contando a história de Pedreira, uma história que eu gosto muito. A história da irmã das bombas. E, na brincadeira, o Breno pegou a câmera e fomos para o cemitério. Mostrei o túmulo das irmãs da bomba e o vídeo publicado teve quase 6 mil visualizações”, relata Honório.
Após o impacto inesperado com o projeto, os três amigos decidiram continuar com a contação, e deram o nome de “Histórias ou Estórias”. Como o título já diz, o programa pretende desmistificar algumas lendas e ditos populares, ao relatar histórias reais das cidades visitadas. Honório comenta que tudo começou de forma simples, apenas com um relato da cidade onde vivem.
Entretanto, após a publicação do vídeo e do convite no final de cada episódio, que possibilitou aos espectadores o envio de um e-mail sobre algum caso, o grupo passou a investigar histórias em outras cidades do Circuito, como Jaguariúna e Amparo. “A aproximação do público com o programa está sendo melhor do que a gente esperava”, comenta o narrador das histórias, Honório.
Balão da Cobra
Com a repercussão dos relatos gravados em vídeo nas redes sociais, o grupo decidiu dedicar um tempo a um momento danificado em sua cidade natal, em Pedreira. Breno comenta que, há muitos anos, a cobra localizada na Vila São José vem sofrendo com depredações e que o seu característico cachimbo havia sido levado novamente.
O integrante do grupo de contação de história afirma que poucos sabem que o monumento foi erguido em homenagem aos “Pracinhas”, soldados que lutaram na Força Expedicionária Brasileira durante a Segunda Guerra Mundial, e que a peça possui um valor histórico imensurável para a região.
Motivados a restaurar parte da história de seu município, os três amigos decidiram recuperar o cachimbo para a cobra voltar a fumar, como diz o dito popular. Breno foi responsável pela confecção do cachimbo em madeira, já que o material oferece menos risco de furto por seu baixo valor monetário.
Em seguida, o trio realizou uma cerimônia para a colocação da peça no monumento. O evento aconteceu no início de maio e contou com a participação do subtenente Ajala, representando o Exército Brasileiro, do secretário de cultura da cidade, João Paulo Nascimento, e do vice-prefeito Fábio Polidoro. Para celebrar o acontecimento, o canal divulgou um vídeo explicando o dito popular “A cobra vai fuma”.
O futuro do canal
A partir das sugestões dos espectadores, Honório relata que o canal recebe diversas propostas de casos que envolvem fantasmas. Um relato vem de um túnel em Campinas, mas há vários pedidos em relação ao tema e o narrador comenta que há um interesse em abordar o assunto.
“Em 1997, fiz um curso de extensão em parapsicologia. E muita gente está pedindo essa coisa de paranormal. Estamos pensando e amadurecendo essa ideia”, afirma Honório.
Com a divulgação de vídeos novos às quartas-feiras e sábados, Honório diz que há programas gravados até setembro e que há conteúdos sobre a fonte em Monte Alegre do Sul e a respeito das empresas mais antigas de Pedreira que estão por vir, mas não descarta o seu maior desejo: “O meu sonho é ter um programa de televisão nacional”, finaliza o contador de histórias e estórias.