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brasilemundoAtaque a bancos no interior de SP deixa ao menos 3 mortos

Ataque a bancos no interior de SP deixa ao menos 3 mortos

Ao menos quatro pessoas ficaram feridas e estão na Santa Casa da cidade

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Bandidos usaram moradores como escudo humano (Imagem: Redes Sociais / Reprodução)

CRISTINA CAMARGO E KAIO ESTEVES
SÃO PAULO, SP, E ARAÇATUBA, SP (FOLHAPRESS) – Criminosos fortemente armados invadiram Araçatuba, a 457 km de Campinas, na madrugada desta segunda-feira (30), para explodir três agências bancárias e espalharam terror, fazendo moradores reféns, explodindo bombas e ateando fogo em veículos na fuga. Três pessoas acabaram mortas na ação. 

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Ao menos quatro pessoas ficaram feridas e estão na Santa Casa da cidade. Um morador de rua foi atingido pela explosão de uma das bombas deixadas nas ruas e teve os pés e uma das mãos decepados.  

Pedestres e motoristas foram abordados pela quadrilha e feitos reféns na hora da fuga. Vídeos que circulam pelas redes sociais mostram pessoas sentadas no meio da rua, andando a pé e amarrados em tetos de carros, como escudos humanos.  

A quadrilha fugiu após a ação rumo ao bairro rural Engenheiro Taveira. Não foi divulgado o valor roubado. Segundo a polícia, houve confronto com os criminosos e duas trocas de tiros. Até a manhã desta segunda-feira (30), três pessoas haviam sido detidas.  

Até o momento, a polícia confirma a mortes de três pessoas na ação, entre elas um criminoso e um homem que estava dentro de um carro filmando a ação dos bandidos.  

A exemplo do que aconteceu em outros ataques semelhantes, a quadrilha atirou para o alto, usou explosivos e colocou fogo em veículos para dificultar o acesso dos policiais. Rodovias foram bloqueadas por veículos incendiados e motoristas tiveram dificuldade de acesso à cidade. Além disso, o grupo utilizou um drone para monitorar a movimentação.  

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Segundo o coronel Camilo, mais de 20 criminosos e dez veículos estiveram envolvidos na ação. “Nesse momento na região de Araçatuba temos entre 350 e 400 homens e dois helicópteros Àguia. Estamos vasculhando toda cidade”, disse o coronel.  

A quadrilha também abandonou carros usados no roubo em rodovias da região. A polícia suspeita que os criminosos trocaram de veículos para escapar.  

“Mais de 70 pessoas ficaram na minha loja. Nós nem dormimos. O centro está lotado de bombas, todo mundo ficou com muito medo. Provavelmente, quem trabalha no centro não vai conseguir fazer nada hoje”, disse o empresário Arnaldo Santos, dono de uma loja de skate e um bar. Há bombas abandonadas nas esquinas junto aos estabelecimentos dele.  

A jornalista Priscila Andrade, que mora no centro, próximo ao local do ataque, ficou uma hora e meia abaixada dentro de casa para se proteger dos tiros.  

“Foi assustador, nunca passei por algo assim na vida. Os criminosos estavam fortemente armados e atirando para que as pessoas não saíssem às ruas. Foi como um filme de terror”, disse ela, que chegou a fazer uma live na madrugada para relatar o caso.  

O prefeito de Araçatuba, Dilador Borges (PSDB), pediu que a população fique em casa nas próximas horas para não correr riscos. As aulas nas escolas municipais e estaduais foram suspensas nesta segunda.  

“Peço que a população se mantenha em casa. O mais importante é preservar as vidas das pessoas”, disse.  

A Associação Comercial de Araçatuba também orientou que as lojas não abram as portas na região central, já que existem várias bombas instaladas em diferentes ruas da cidade.  

Linhas de ônibus foram deslocadas para não passarem pela região central e um posto de vacinação na localidade foi fechado.  

A Polícia Militar isolou o centro e uma varredura especializada será feita para localizar e retirar os explosivos. Há a desconfiança de que um caminhão abandonado pelo grupo na região central esteja cheio de bombas.  

A Secretaria da Segurança Pública informou que estão em andamento buscas para localizar os criminosos que atacaram três agências bancárias, com apoio de equipes de Bauru, São José do Rio Preto e Presidente Prudente, além do helicóptero da PM.
Uma equipe do Gate (Grupo de Ações Tática Especiais) chegou à cidade para desarmar as bombas.  

Em outubro de 2017, uma quadrilha assaltou uma empresa de transporte de valores na cidade e matou um policial civil durante a ação. Os assaltantes utilizaram explosivos para abrir o cofre da empresa e, durante a fuga, atiraram no quartel da Polícia Militar e colocaram fogo em dois caminhões na rodovia Marechal Rondon para impedir a perseguição de policiais.  

Em julho deste ano, uma quadrilha fortemente armada invadiu Jarinu, a 75 km da capital paulista, para assaltar uma empresa do ramo de joalheria localizada em uma chácara, na zona rural da cidade. Ninguém ficou ferido.  

Durante a fuga, houve troca de tiros entre a quadrilha e a polícia na altura de Campo Limpo Paulista e na estrada entre Jarinu e Atibaia.  

Assaltos desse tipo, realizados por quadrilhas especializadas, fazem parte do chamado “novo cangaço”. São praticados por criminosos fortemente armados, em grupo de 15 a 30 homens, que chegam a cidades de pequeno e médio portes, durante a madrugada, em comboios de veículos potentes.  

Em abril deste ano, uma quadrilha atacou agências bancárias, atirou em lojas e em uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento) em Mococa (a 267 km da capital). Mascarados e atirando para cima e em direção ao comércio local, os criminosos usaram explosivos para roubar o cofre de uma agência da Caixa Econômica Federal.  

Ações semelhantes ocorreram recentemente em Criciúma (SC), Cametá (PA) e em cidades do interior de São Paulo, como Araraquara, Botucatu e Ourinhos.

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