Os visitantes da 26ª edição da Campinas Decor, que segue até 26 de maio no histórico Prédio do Relógio, têm a oportunidade de conferir o trabalho realizado em 42 ambientes internos e externos criados por um time formado por renomados arquitetos, designers de interiores e paisagistas.
Confira abaixo a primeira seleção que fizemos, seguindo a ordem de visitação do evento:
01 – Parque Naturalizado do Relógio
Dando as boas-vindas aos visitantes da Campinas Decor 2024, o ambiente assinado pela arquiteta e urbanista Dayana Araújo foi projetado para trazer a experiência do brincar na e com a natureza para crianças e também para adultos.
Em conexão com a fachada imponente do prédio histórico e com a grande árvore sibipiruna, o parque conta com elementos de brincar esculturais de madeira sobre areia e uma fonte que além da função estética, estimulam vivências promotoras do desenvolvimento social, emocional, intelectual, físico e cultural.
Pensando para diferentes faixas etárias, o parque conta com o pavilhão da árvore, local de estar para que adultos cuidadores possam desfrutar de momentos de observação e convívio com as crianças de forma integrada.
Objeto de estudo da arquiteta, que é representante do Instituto Airumã, organização que apoia o desenvolvimento sustentável de comunidades e territórios, os parques naturalizados visam o desemparedamento das infâncias e a promoção de um brincar livre, criativo e promotor de aprendizagens, colaborando com o clima e para construção de cidades mais sustentáveis e educativas.
02 – Lounge de Entrada
Concebido pelo arquiteto Hipólito de Oliveira, oprojeto propõe uma leitura da entrada da mostra de modo descontraído e leve, sem esconder o aspecto atual da bela construção da oficina de trens, com seus trilhos no chão, paredes descascadas e “cansadas” pelo tempo.
O ambiente, com suas paredes baixas e com o uso de um pergolado vazado, permite que o visitante consiga ver os vitrais originais, as telhas cerâmicas da cobertura, o campanário de acesso ao relógio da fachada e as portas de madeira com batente em forma de arco com seu desgaste natural de tantos anos de uso. Mobília, objetos de decoração e obras de arte trazem uma atmosfera contemporânea ao local.
A tênue iluminação proposta busca aguçar o olhar do visitante para focar nos detalhes, de modo a criar uma educação visual para os próximos ambientes que o aguardam no percurso da Campinas Decor 2024.
03 – Bilheteria
Com projeto assinado pelos arquitetos João Jannini e Cristina Sagarra, a área funcional destinada à bilheteria da Campinas Decor 2024 integra a Alameda Campinas Decor, ambiente de número 07 da mostra, com descritivo mais adiante.
04 – Cyber Loft
A arquiteta Gabriela Gonzalez e adesigner de interiores Lara Bauer afirmam que “transparência” é a primeira definição para esse loft, que tem como proposta a combinação de elementos industriais com toques de design minimalista, resultando em um projeto sofisticado e funcional que reflete o estilo de vida contemporâneo, pensado para um profissional de design que aproveita o uso inteligente do espaço aberto, onde a transparência e a luz se tornam protagonistas.
A inspiração vem da ideia de criar um ambiente totalmente em vidro, proporcionando uma experiência de vida incomparável, devido à sensação de abertura e conectividade com o ambiente externo. As paredes de vidro se estendem do chão ao teto, permitindo que a luz natural inunde o espaço, criando uma atmosfera brilhante e arejada. A iluminação foi cuidadosamente planejada para criar um ambiente acolhedor e aconchegante. Na decoração minimalista, cada peça foi escolhida com cuidado para adicionar um toque de elegância sem sobrecarregar o espaço.
05 – Studio Domus
Acreditando que a grandeza de um projeto é o impacto estético e sensorial que ele desperta nas pessoas, adesigner de interiores Graziela Dolfi conta queprocurou “ir além”, independentemente das dimensões do espaço, e entregar ousadia e sofisticação. O propósito, segundo a profissional, foi buscar a harmonia perfeita entre o requinte e o conforto de um lar.
Ela explica que o conceito de lar se manifesta desde a escolha do nome do ambiente: Domus, palavra em latim para casa, também era o termo usado ainda no século XIII para se referir às primeiras moradias estudantis, surgidas na Europa. Um conceito, segundo Graziela, perfeito para esse estúdio pensado como morada flutuante para uma empresária dormir e trabalhar em apenas alguns dias da semana.
06 – Loft Brasil
A designer de interiores Rita Diniz e a arquiteta Patrícia Diniz capricharam no mobiliário genuinamente brasileiro, prestigiando os designers nacionais que trazem bossa e brasilidade neste loft idealizado para um casal descolado que adora cores, plantas e receber amigos e família para cozinhar e tomar um bom vinho.
Cores como o amarelo e o verde azulado, que evocam uma fusão entre elementos da natureza e a serenidade das águas, são vistas no piso e no mobiliário. Muitas plantas e espaços abertos se interligam e criam uma deliciosa maneira de morar, isso tudo num espaço de aproximadamente 100 m².
07 – Alameda Campinas Decor
Os arquitetos João Jannini e Cristina Sagarra contam que foi um imenso desafio trabalhar um espaço tão grandioso em todas as dimensões. A dupla veterana em participações na Campinas Decor previu uma passarela central sinuosa que corta todo o salão, serpenteando os trilhos existentes, ora os sobrepondo, ora os deixando aparentes. A passarela, assim como o desenho dos jardins que a permeiam e envolvem alguns pilares, é de forma orgânica para se contrapor à rigidez e ortogonalidade do edifício.
De acordo com os profissionais, essa construção elevada do piso é um divisor dos espaços, garantindo setorização e a sequência da mostra e, ao mesmo tempo, servindo de palco e passarela. Nesse macro espaço estão outros mais intimistas como o lounge da galeria, a área de exposição de artes e a bilheteria que dá as boas-vindas ao visitante, mas não bloqueia a visão. Para se apropriar do grande pé direito, os arquitetos planejaram uma intervenção no alto com elementos leves, criando uma perspectiva diferente e dando dinamismo ao espaço.
08 – Praça
As arquitetas Juliana Damas e Victoria Abreu contam que o fato de o espaço original estar na faixa central do Prédio do Relógio instigou a equipe a criar uma praça entre as linhas do trem. O projeto foi concebido a fim de preservar seu brilho e grandeza, como um lugar de encontro, um espaço para reverenciar a arquitetura e apreciar detalhes históricos da construção. As escolhas combinam a ousadia de adicionar ao prédio histórico formas e padrões dissonantes, com a reverência devida em razão de sua arquitetura e de sua história.
As cores terrosas são predominantes. Pedras portuguesas amarelas são sobrepostas por um mobiliário em madeira e couro, tom sob tom. Livros dispostos sobre as mesas convidam o visitante a buscar memórias esquecidas. No ar, o azul: uma obra de arte flutuando sobre a praça. É o “céu” da praça.
09 – Living Benesse
As arquitetas Flávia Carron e Marcella Rocha tiveram comoproposta criar um ambiente acolhedor e integrado que proporcione qualidade de tempo entre amigos e família, gerando momentos memoráveis de convívio. Com uma paleta clara e suave, uso de tecidos neutros, macios e mobiliário de traços leves, o espaço traz o minimalismo como protagonista. As texturas foram escolhidas com a intenção de criar uma experiência sensorial. As arquitetas aplicaram o porcelanato no piso em tom bege, que se repete na marcenaria, trazendo a leveza e o minimalismo. Optaram por revestir as paredes com papel de parede de aspecto mineral, remetendo a grãos de areia, e forro vinílico madeirado no teto. A integração da cozinha eleva o ato de cozinhar a um gesto de dedicação ao outro, onde cada refeição é uma expressão de carinho.
O móvel principal se estende até a área de jantar, deixando o destaque para a ilha de Quartzito Fusion, que serve como um ponto focal e traz uma sensação de harmonia com a natureza. A mesa de jantar em formato orgânico traz modernidade, movimento e fluidez. A Sala de Estar é o coração do ambiente, projetada para reunir um grande número de pessoas com um amplo sofá em L de design acolhedor. A presença de um espaço de lounge também traz mais opções de convivência. O design biofílico se faz presente na composição de vasos, plantas e arranjos no qual o anseio de estar junto à natureza é traduzido em bem-estar.
10 – Sala de Jantar e Bar
A engenheira e designer de interiores Karin Thum e o engenheiro Cristiano Kalil contam que o conceito do projeto partiu de um antigo depósito da fazenda da família que, anexado ao casarão, forma uma imersão de veraneio.
O objetivo é trazer paz aos finais de semana aos mais próximos, com a rusticidade e a leveza caminhando juntos, num acervo pessoal, que carrega lembranças de viagens, vitórias, carinho e particularidades que só a arte pode trazer. Adentrar na sala de jantar da família é como mergulhar em uma galeria de obras de arte que não apenas adornam as paredes, mas também contam a história e a expressão criativa de gerações passadas e presentes. Aqui, cada quadro, escultura e objeto de arte não são apenas meras orientações, mas testemunhas silenciosas das emoções, experiências e visões que moldaram a trajetória da família. Nesse cenário elegante e acolhedor, as paredes respiram história e as peças cuidadosamente escolhidas ecoam os sentimentos que fluíram através dos anos.
