Se perguntassem a você o que significa Tantra, mesmo não sabendo responder com profundidade, é provável que a ideia de “sexo” surgisse na sua mente. Eu diria que essa ideia não está totalmente errada. Contudo, é superficial. Como ocidentais, ainda julgamos o ato sexual segundo a ideologia do pecado e por trás desse pré-conceito fica claro o quanto não colocamos em prática a busca pelo autoconhecimento. Se sexo é sinônimo de vida e, portanto, de relação com o outro, conhecer a si mesmo é tarefa indispensável ao convívio humano.
Definido como filosofia prática e comportamental ou caminho meditativo e de conexão espiritual, o Tantra surgiu há cerca de 8000 anos na região que atualmente corresponde à Índia. Tantra é também compreendido segundo as ideias de “teia”, “tecido” ou “trama” que traduzem a unidade almejada a partir de suas práticas e rituais. Entre outros objetivos, a busca pela vida plena através da união entre corpo, mente e espírito, proporcionado ao indivíduo o alcance de um estado transcendental de convergência dos princípios masculino e feminino, está na base desse caminho.
Quando alinhadas aos seus princípios, as práticas tântricas permitem a ampliação da capacidade energética de seus praticantes, provocando neles uma expansão do estado de consciência. Nesse processo, é possível experimentar uma vivência pautada pelo sentimento de unidade com o todo e pela ampliação dos próprios limites, a ponto de alguns estudiosos considerarem o Tantra como a ciência da vida plena ou mesmo tudo o que conduz à sabedoria. Em suma, mais um caminho para a saúde integral com base no autoconhecimento.