Grande reforço na luta contra o coronavírus, o Hospital de Campanha começa a funcionar na segunda quinzena deste mês. O prefeito Jonas Donizette recebeu a chave dessa nova unidade na quarta-feira, dia 6, e vistoriou o espaço acompanhado do secretário de Saúde, Carmino de Souza, do presidente da Rede Mário Gatti, Marcos Pimenta, e do médico Ricardo Affonso Ferreira, fundador e presidente da ONG Expedicionários da Saúde, responsável pela montagem desse novo espaço.
Situado na sede dos Patrulheiros, no Parque Itália, o Hospital terá 54 leitos (implantados em duas fases, a primeira com 36 leitos e a segunda com mais 18) e capacidade de ampliação para até 114.
Além da montagem, a ONG EDS, grupo sem fins lucrativos, será responsável por equipar o local, que foi cedido pela administração dos Patrulheiros Campinas. A gestão será da Rede Mário Gatti de Urgência, Emergência e Hospitalar.
“A montagem de um hospital como esse custaria entre R$ 5 milhões e R$ 7 milhões. A Prefeitura não gastou nenhum centavo. Tudo foi feito pela ONG Expedicionários da Saúde. O resultado foi muito bom. O sistema de tubulação é inédito em Campinas e, pelo que me explicaram, somente o Albert Einstein está desenvolvendo um sistema como esse”, revelou o prefeito.
De acordo com o secretário Carmino, a Rede Mário Gatti vai contratar um parceiro filantrópico para realizar os atendimentos. “Os envelopes do chamamento público já foram abertos e assim que todo trâmite burocrático for encerrado, o nome da instituição vencedora será publicado no Diário Oficial do Município”, disse.
A instituição que for selecionada será responsável por todo RH da unidade, incluindo as equipes de profissionais da saúde, de assistência, de higiene, alimentação, insumos e outros. O custo estimado dessa operação para os 90 dias está entre R$ 8 milhões e R$ 9 milhões. Os recursos são do Governo Federal.
O presidente da EDS, Ricardo Ferreira reforça que, assim como o Pronto Atendimento, o Hospital de Campanha foi construído com recursos próprios, provenientes de parcerias e doações de pessoas e empresas socialmente responsáveis e sem qualquer tipo de repasse financeiro governamental.
“Conseguimos cumprir nossa missão de entregar à prefeitura, a custo zero, uma estrutura bem equipada para que os profissionais de saúde possam trabalhar com segurança e, principalmente, os pacientes da rede pública tenham um bom atendimento durante a pandemia. A expectativa é de que o número de casos cresça em nossa região, portanto é importante nos anteciparmos à demanda, ainda que desejemos que os leitos permaneçam vazios”, afirmou.
Com um atendimento referenciado, todos os pacientes serão encaminhados por meio da central de regulação. Dessa forma, a unidade não será “porta aberta”. Demandas espontâneas não serão atendidas.
O hospital também contará com três ambulâncias exclusivas para a Covid-19, que ficarão lá para uma eventual necessidade de transporte. A medida é uma parceria com o Exército, que fez o conserto dos veículos. Além disso, toda a cidade poderá contar com as ambulâncias do Samu.
Sobre a EDS
A Associação Expedicionários da Saúde (EDS) é uma organização brasileira sem fins lucrativos criada em 2003 por um grupo de médicos voluntários de Campinas, que tem como objetivo levar medicina especializada, principalmente atendimento cirúrgico, às populações que vivem isoladas na Amazônia brasileira. Até o momento, a EDS realizou 44 Expedições com o total de 8.763 cirurgias, 62.881 atendimentos especializados e 97.060 exames e procedimentos, todos gratuitos. Além disso, também realizou 7 Expedições no projeto SOS Haiti, no ano de 2010, logo após o terremoto que devastou aquele país.