O prefeito de Amparo, Carlos Alberto Martins (MDB), confirmou a criação de um hospital de campanha durante live levada ao ar em sua rede social, no final de semana. Após a discussão de alguns locais prováveis para a montagem, foi decidido que a unidade será instalada em um terreno particular ao lado da Beneficência Portuguesa. O ginásio de esportes Bolão e uma unidade escolar também chegaram a ser cotados para receber a estrutura, mas foram descartados por conta do espaço físico.
Durante a transmissão ao vivo, o prefeito elencou os motivos que inviabilizam a construção em ginásios ou escolas. “Quando teve a necessidade de pensar em um hospital de campanha, a primeira coisa que eu pensei foi no Bolão, porque tem espaço e é grande. Tudo parece ser do jeito, mas não é”, relata.
De acordo com o chefe do executivo, um hospital de campanha necessita de uma grande infraestrutura para operar, com a disponibilidade de banheiros adaptados, farmácia para os medicamentos, área de descanso para os profissionais de saúde, área de alimentação, entre outros alojamentos para ser aprovado.
“O hospital de campanha precisa ter toda uma logística de cozinha (seis refeições por dia), lavanderia, transporte de medicamentos, ambulância UTI Móvel 24 na porta (caso ocorra intercorrência), gerador de energia, oxigênio, banheiros. Se fizer a estrutura próximo de um hospital já equipado, tudo isso facilita e economiza, e traz mais segurança para os pacientes e médicos”, explica o prefeito.
A uma pequena distância da Beneficência Portuguesa, o local escolhido para a montagem de um hospital de campanha contará com os recursos necessários para a sua operação. Segundo o prefeito Carlos Alberto Martins, o projeto visa oferecer 20 leitos de enfermaria. Além disso, está sendo avaliada a possibilidade de criação de mais quatro leitos de UTI na Santa Casa Anna Cintra, para atender os pacientes da região.
“Nós estamos com os dois hospitais de Amparo colapsados, sem vagas. Os médicos que atendem os pacientes já com os sintomas da doença, já com prescrição de internação, não estão internando porque não tem vaga nem na enfermaria, muito menos na UTI. Amparo, além de se preocupar com a demanda interna, atende pacientes de fora”, afirma o prefeito na live.
Auxílio das cidades vizinhas
Durante a transmissão ao vivo, o prefeito Carlos Alberto ainda solicitou o apoio de empresários e prefeitos das cidades da região do Circuito das Águas para conseguir os materiais e equipamentos necessários na construção do hospital de campanha.
“Estou pedindo apoio para quem puder ajudar com equipamentos, respiradores, monitores, cama hospitalar, suporte para soro. Nós precisamos montar um hospital já nos próximos dias. Solicitei, por ofício, ajuda aos prefeitos da região do Circuito das Águas”, salienta o chefe do executivo.
Em relação à entrega do hospital de campanha ao município, Carlos Alberto Martins já possui uma data estipulada. “Depois que tiver dado o ok do processo de contratação, e nós já vamos iniciar, em 10 dias o hospital estará recebendo pacientes. E a previsão é que a gente consiga colocar esse hospital para funcionar até o dia 10 de abril. É um prazo extremamente audacioso, mas eu gosto de trabalhar com prazos”, finaliza o prefeito.
Nível crítico de medicamentos
No último sábado (27), a Santa Casa Anna Cintra afirmou ter em estoque medicamentos necessários para sedar pacientes em estado grave em consequência da covid-19 suficientes para mais cinco dias.
“A escassez dos medicamentos utilizados no processo de intubação e sedação de pacientes Covid-19 é de conhecimento de todos e noticiado, amplamente, neste momento, pelos veículos de comunicação, não ocorrendo somente na Santa Casa Anna Cintra, tendo em vista que se trata de um problema na esfera nacional, relacionado ao alto consumo por parte de pacientes da Covid-19 e o seu tempo de internação”, diz trecho da nota postada pela diretoria da Santa Casa no Facebook.
O hospital ainda esclarece que “diante de tal cenário, a Santa Casa determinou a racionalização do uso dos estoques da medicação em falta e reuniu todas as suas coordenadorias, em caráter de urgência, para adoção de todas as medidas necessárias e alternativas para cuidados e atenção aos pacientes de maneira a se evitar a intubação”.
Além da Santa Casa e da prefeitura de Amparo, a Secretaria Estadual de Saúde também se mostra com dificuldades em ajudar a suprir a demanda de medicamentos para hospitais do estado.
