RECIFE, PE (FOLHAPRESS) – Para evitar transmissão local da variante indiana do coronavírus Sars-CoV-2 no Brasil, detectada no Maranhão nesta quinta-feira (20), cem pessoas que tiveram contato ou estiveram no mesmo ambiente dos infectados estão sendo monitoradas.
Os testes foram iniciados nesta sexta-feira (21). A variante B.1.617 foi confirmada em seis amostras coletadas em tripulantes do navio MV Shandong da ZHI, com bandeira de Hong Kong, ancorado em alto-mar na costa de São Luís, desde o dia 7 de maio.
Grande parte dos exames é de pessoas que trabalham no hospital onde um dos tripulantes da embarcação está internado, em São Luís.
Os testes estão sendo supervisionados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Até o momento, a Secretaria Estadual de Saúde não comunicou o resultado da testagem.
O governador do Maranhão, Flávio Dino (PC do B), afirmou nesta sexta-feira que não há transmissão local da doença. Ele disse ainda que os três portos do Maranhão não vão ser fechados.
“Vamos imaginar que isso fosse possível [fechamento dos portos], mesmo faltando gasolina, por exemplo. Ainda assim, o estado não tem competência legal para tal medida extrema”, postou nas redes sociais.
Em entrevista coletiva, o governador afirmou que o estado do Maranhão está tomando os cuidados necessários.
“Essa cepa [variante] está em vários países, inclusive vizinhos do Brasil. Tendo em vista o descontrole sanitário que nosso país vive há um ano e três meses, muito provavelmente a cepa chegará aqui, mas, nesse caso do tripulante indiano, estamos tomando a providência que nos cabe”, disse.
O tripulante está internado em uma UTI (Unidade de Terapia Intensiva) de um hospital particular de São Luís desde o sábado passado (15). Ele precisou ser levado de helicóptero do navio até a unidade de saúde.
Conforme informações do governo estadual, 15 tripulantes tiveram teste positivo para Covid-19, e 9, diagnóstico negativo.
Todas as seis amostras com maior carga viral enviadas para sequenciamento genômico ao Instituto Evandro Chagas, no Pará, apresentaram resultado positivo para a sublinhagem B.1.617.2, uma das três sublinhagens da variante indiana.
Há 23 tripulantes em quarentena, isolados em cabines individuais, dentro da embarcação. A Secretaria Estadual de Saúde comunicou que dois deles apresentam sintomas leves e 12 continuam assintomáticos.
A B.1.617 surgiu em outubro de 2020, mas, até o início de abril, ela correspondia a cerca de 24% das amostras sequenciadas do vírus na Índia. Já no dia 24 de abril, ela era dominante e representava mais de 80% das amostras analisadas.