*Esta matéria foi atualizada às 19h47 do dia 6 de maio
Com lotação e fila de espera em leitos pediátricos, a Prefeitura de Campinas fez nesta sexta-feira (6) uma reunião com representantes de hospitais da cidade e anunciou que pediu a reativação da enfermaria do HES (Hospital Estadual Sumaré).
A medida, segundo a Administração, seria uma forma de aliviar a pressão na rede pública da cidade e da região.
“Todos sabem que, em janeiro de 2021, foi proposto pelo estado o fechamento da pediatria e a oftalmologia do HES. Na ocasião houve uma pressão política imensa e o governo do estado recuou, e permaneceu a UTI (Unidade de Terapia Intensiva) pediátrica. Mas, a enfermaria, permaneceu fechada. Na época, tinha de 20 a 30 leitos, que sem dúvida faz falta hoje”, disse o prefeito Dário Saadi (Republicanos).
Ainda segundo ele, foi observado que 20% a 35% dos atendimentos na rede municipal de Campinas foram a pacientes da região – ou seja, pessoas que não moram na cidade.
“O que não tem problema, a gente sempre atendeu a região. Mas observamos que o percentual de pacientes da região aumentou. Comparou na série histórica. Sempre foi dito que Campinas 20% do atendimento é da região”, explicou ele.
MAIS AÇÕES
De acordo com a Prefeitura de Campinas, a reunião definiu a ampliação de 14 leitos pediátricos de enfermaria, sendo seis no Mário Gatti e oito no Hospital de Clínicas da Unicamp. A implantação depende do financiamento do Estado e, assim que os recursos forem repassados, as estruturas começarão a funcionar.
“Nós estamos trabalhando no limite de UTI e enfermaria. Muita gente se preocupa, mas essas crianças estão sendo atendidas. Temos leitos de retaguarda. As crianças não estão sem atendimento, jamais. Mas queremos ampliar o leito de enfermaria, de UTI, de UTI neonatal”.
O pedido da reabertura da enfermaria do HES será encaminhado em caráter de urgência ao governo do estado, segundo o prefeito de Campinas. Além da presença do prefeito de Campinas, estavam na coletiva o secretário municipal de Saúde, Lair Zambon, e outras autoridades de saúde.
NO HES
De acordo com o HES, desde janeiro do ano passado o estado aprovou a manutenção de cinco leitos de UTI e outros cinco de retaguarda para altas da UTI pediátrica, mas a enfermaria foi mantida fechada.
COMO ESTÁ EM CAMPINAS
Ontem (5), Campinas registrou a maior quantidade de espera por leito de enfermaria desde que o boletim começou a ser divulgado pela Prefeitura, em 30 de março.
Além disso, a pressão nas UTIs infantis se manteve e a secretaria de saúde faz um alerta sobre a necessidade de manutenção do uso de máscaras em escolas pelas crianças.
Isso porquê 29,7% das internações por SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave) na cidade são tratadas como casos suspeitos de covid-19.
Além disso, os hospitais da cidade registraram até ontem 94 pacientes internados em UTIs infantis instaladas no SUS municipal, no HC (Hospital de Clínicas) e rede particular.
O total significa 3 a mais do que na última quarta-feira. A taxa geral de ocupação está em 85,4% e a estrutura da cidade reúne 110 UTIs pediátricas.
TRATATIVAS
A secretaria de Saúde de Campinas informou também que a gestão está em tratativas para aumentar a quantidade de leitos, e que no mês anterior abriu cinco leitos de UTI pediátrica, o que elevou o total para 34.
Já sobre a implantação do hospital pediátrico Mário Gattinho, uma das principais propostas da atual gestão na campanha eleitoral, a prefeitura informou que o cronograma de obras está em finalização.
A SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE
A secretaria estadual de Saúde foi procurada para comentar o caso e enviou nota na noite de hoje informado que “o Departamento Regional de Saúde de Campinas monitora a situação e está em diálogo com os gestores locais com o objetivo de oferecer a assistência necessária para a população”.
“Atualmente, o Hospital Estadual de Sumaré está com todos os leitos pediátricos em funcionamento, com 20 pacientes internados. O DRS continua com tratativas com as prefeituras da região para a abertura de novos leitos, uma vez que a abertura de leitos não é prerrogativa exclusiva do Estado, cabendo também aos municípios e à União”, alegou o comunicado.