Por Ítalo Lo Re
O casal diagnosticado com a variante ômicron do coronavírus em São Paulo foi vacinado contra a covid-19, informou nesta quarta-feira, 1º, a Prefeitura da capital paulista. Com a confirmação dos casos nesta terça-feira, 30, os dois – um homem de 41 anos e uma mulher de 37 – tornaram-se os primeiros a serem identificados com a ômicron não só Brasil, mas em toda a América Latina. Uma vez que não há registros deles terem recebido vacina no País, ainda não se sabia se tinham sido vacinados.
Conforme a Prefeitura de São Paulo, porém, o casal recebeu o imunizante da Janssen na África do Sul, local em que a variante foi descoberta e de onde ambos desembarcaram no dia 23 de novembro. A pasta acrescentou ainda que o homem e a mulher estão sendo monitorados por profissionais de saúde.
Vale lembrar que a infecção pela covid-19 por pessoas que já foram vacinadas com duas doses ou dose única não demonstra ineficácia da vacina. O objetivo principal dos imunizantes é evitar a ocorrência de casos graves e diminuir, portanto, a taxa de óbitos pela doença.
A partir do início desta semana, na tentativa de conter o espalhamento da variante Ômicron, que já foi identificada em todos os continentes, o Brasil fechou as fronteiras para passageiros vindos do sul da África. A medida tem feito brasileiros pedirem ajuda ao consulado para repatriação.
Conforme mostrou o Estadão nesta quarta, a descoberta da variante Ômicron expõe o risco de a África ter cerca de 90% de não vacinados – o que eleva as chances de surgirem novas versões do vírus, alertam especialistas. Oito em cada dez nações africanas não conseguiram imunizar nem 20% da sua população.
No caso específico da África do Sul, dados da plataforma Our World in Data apontam que 28% da população do país recebeu ao menos uma dose de vacina contra covid e 24% das pessoas possuem esquema vacinal completo. No Brasil, por exemplo, ambos os índices estão acima de 60%.