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CotidianoAlesp, OAB e políticos repudiam ataque racista contra vereadora

Alesp, OAB e políticos repudiam ataque racista contra vereadora

Injúria racial sofrida pela vereadora Paolla Miguel será investigada pelo 5º DP de Campinas

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Vereadora Paolla Miguel (PT) foi alvo de injúria racial durante discurso (Foto: Divulgação Flickr/Câmara de Campinas)
Vereadora Paolla Miguel (PT) foi alvo de injúria racial durante discurso (Foto: Divulgação Flickr/Câmara de Campinas)

 

A ofensa racista sofrida pela vereadora de Campinas Paolla Miguel (PT) durante a última sessão da Câmara Municipal repercutiu entre entidades, autoridades e políticos do estado e do Brasil. O caso é investigado pela Polícia Civil da cidade.

Nesta terça-feira (9), a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de Campinas publicou uma nota de repúdio através da Comissão da Igualdade Racial na qual diz que o ato é “criminoso”, “inaceitável” e não será “de forma alguma tolerado”.

O texto presta solidariedade à vereadora e pede que “os responsáveis possam ser identificados e responsabilizados com todo o rigor da lei” e defende que a “liberdade de expressão não pode se materializar através de crimes de ódio”.

COMISSÃO DA ALESP

Também nesta terça a Comissão de Direitos Humanos da Alesp (Assembleia Legislativo de São Paulo) enviou um ofício ao Deinter-2 (Departamento de Polícia Judiciária de São Paulo Interior 2) e ao MP (Ministério Público).

O documento cobra a investigação e a punição dos responsáveis pela injúria ao diretor do Deinter-2 da Polícia Civil, delegado José Henrique Ventura, e à promotora Marcela Scanavini Bianchini, do MP em Campinas. O presidente do Legislativo Municipal, Zé Carlos (PSB), também é citado no pedido.

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“É difícil acreditar que na segunda década do século 21 ainda testemunhamos injúrias raciais explícitas contra uma parlamentar soberanamente eleita na casa de leis do município mais importante do interior”, disse o presidente da comissão, o deputado estadual Emidio de Souza (PT).

BOLETIM E APURAÇÃO

O caso é investigado pelo 5º DP (Distrito Policial) do município depois que um BO (Boletim de Ocorrência) foi registrado pela vítima durante a manhã desta terça-feira (8).

Paolla foi alvo de injúria racial na última segunda (8) enquanto discursava sobre o preconceito contra o rap e a importância do Conselho e Fundo de Valorização da Comunidade Negra.

O grito de “preta lixo” teria partido de um grupo que acompanhava a reunião nas galerias do plenário e foi ouvida por diversos membros do Legislativo, que se revoltaram.

A Câmara de Campinas vai ouvir testemunhas e analisar vídeos da sessão de ontem. O objetivo do Legislativo é tentar identificar a pessoa que fez a injúria racial contra a vereadora.

O ataque racista contra Paolla ocorre 11 dias após o STF (Supremo Tribunal Federal) definir a injúria racial como espécie do gênero de racismo, tornando-se, portanto, crime imprescritível, conforme o artigo 5º da Constituição Federal.

OUTRAS REAÇÕES

Além dos vereadores que se manifestaram em plenário, os vereadores de Campinas voltaram a abordar o caso de forma pública nesta terça. “Exigiremos apuração e punição dos responsáveis”, alegou, por exemplo, Paulo Bufalo (PSOL).

O prefeito de Campinas, Dário Saadi (Republicanos) também divulgou um posicionamento no qual define racismo como “abominável e inadmissível”. “Toda minha solidariedade. Que a Câmara faça uma apuração rigorosa”, cobrou.

Além de Emidio de Souza, outros deputados estaduais pelo PT, Márcia Lia e Luiz Fernando, também prestaram solidariedade a Paolla em comunicados publicados hoje, assim como o deputado federal da mesma legenda, Vicentinho.

Gleisi Hoffmann, deputada federal e presidente do Partido dos Trabalhadores, também emitiu um comunicado manifestando apoio à colega de partido. “Manifestamos nossa solidariedade à vereadora Paolla Miguel e sua luta”, disse.

O ex-presidente Lula também falou sobre o assunto. “Companheira Paolla Miguel, meu abraço, carinho e solidariedade contra o preconceito e as ofensas feitas ontem na Câmara de Campinas. O racismo é uma praga”, escreveu o político.

A vereadora do Rio de Janeiro e viúva de Marielle Franco, Monica Benício (PSOL), também escreveu uma nota de repúdio ao ocorrido. “Me solidarizo e reafirmo que é urgente fazermos da política um espaço seguro para as mulheres”, opinou.

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Leandro Las Casas
Leandro Las Casas
Graduado pela PUC-Campinas desde 2011, atua há 14 anos no Jornalismo, área na qual cobriu sete eleições, participou de grandes coberturas e esteve a frente de podcasts e projetos de assessoria. Começou a carreira na rádio CBN Campinas, onde foi estagiário, repórter e apresentador. No acidade on Campinas, assina matérias e reportagens de todas as editorias desde 2021.
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