Nos últimos três anos, a Associação Mata Ciliar resgatou 21 onças na região de Campinas. O último resgate aconteceu na semana passada, quando uma onça parda foi encontrada em uma empresa de Nova Odessa – veja os detalhes abaixo. De acordo com a organização, foram resgatados 1.788 animais em 2022.
O total representa um aumento de 15%. Os resgates são feitos tanto por conta de acidentes, quanto pela maior percepção dos bichos com as câmeras de segurança. Segundo a entidade, 30% dos bichos retornam para a vida selvagem.
“Eles estão aparecendo muito na área urbana. Então, isso às vezes assusta as pessoas. ‘Nossa, tem onça aqui’. Ela sempre esteve aqui. Só que a velocidade do crescimento das cidades ou das áreas agrícolas não está permitindo que elas se adaptem e fiquem na normalidade”, comenta Jorge Bellix, presidente da Associação Mata Ciliar.
Cristina Harumi Adania, coordenadora de fauna da Associação Mata Ciliar, diz que a região ainda é rica em fauna, mas também cita os efeitos negativos da expansão urbana sobre esses animais.
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“A rapidez com que isso acontece [urbanização] faz com que os animais se percam e se aproximem muito dos animais domésticos, das pessoas e das comunidades e aí os acidentes acontecem, atropelamentos. E os animais acabam inclusive convivendo onde estão os animais domésticos e pegam doenças desses animais. Nossa fauna está pedindo socorro, porque elas precisam ser cuidadas no habitat natural”, afirma a coordenadora.
ONÇA EM NOVA ODESSA
A onça parda resgatada depois de aparecer no pátio de uma empresa localizada às margens da Rodovia Anhanguera (SP-330), em Nova Odessa, deve ser solta na natureza na próxima semana. A informação é da Associação Mata Ciliar, de Jundiaí, que acolheu e está realizando a recuperação do animal.
Equipes da Defesa Civil, do Corpo de Bombeiros e do Zoológico Municipal de Nova Odessa atuaram no resgate, com apoio da associação. Após o animal ser sedado, foi levado à entidade em Jundiaí. O felino é um macho jovem, com idade entre 7 e 8 meses, foi levado para um espaço de recuperação e está em uma quarentena antes de voltar à natureza.
“Chegou muito magra, deveria ter sido expulsa de alguma área, então ela estava buscando um território, e um território sem caça, então ela estava sofrendo com essa falta de alimentação. Vai passar mais alguns dias com a gente e assim que ela estiver apta ela deve retornar à natureza”, relata Jorge Bellix.
A associação tem hoje cerca de 1,5 mil animais em um espaço de 3 mil metros quadrados para recuperação e readaptação de várias espécies à natureza
“Ela tem uma ótima chance de voltar nos próximos dias, semana que vem provavelmente. É um macho e está muito bem de saúde. Apenas um pouco magra”, explica Cristina Harumi.
Ela avalia que o animal foi, provavelmente, expulso da área onde a mãe estava. “Infelizmente, essas áreas estão cada vez mais escassas, e ele se perdeu no meio da cidade. Nesse caso, sempre chamar os bombeiros e a Defesa Civil e foi o que aconteceu. Eles nos chamaram, chamaram o pessoal do zoológico e a gente pode fazer o resgate com tranquilidade”.
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