O Governo de São Paulo liberou a retomada de obras do trecho Norte do Rodoanel Mario Covas (SP-021) nesta quinta-feira (25). Com investimento estimado em R$ 3,4 bilhões, a obra acontece depois de oito anos de atraso na entrega do complexo rodoviário, previsto inicialmente para 2016.
O projeto promete melhorar o trânsito, interligando rodovias importantes, como a Bandeirantes (SP-348) e a Anhanguera (SP-330), por exemplo. Segundo o governo de São Paulo, as obras devem gerar mais de 10 mil empregos até a conclusão.
Entenda a obra no Rodoanel
A conclusão do Rodoanel é uma obra aguardada há mais de uma década e foi viabilizada em março de 2023, após o leilão de concessão vencido pela Via Appia, que assinou um contrato de R$ 3,4 bilhões com o governo de SP. Por meio da concessionária Via SP Serra, o grupo será responsável por concluir as obras e pela operação e manutenção do trecho norte por 31 anos.
Segundo a gestão do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), para garantir a agilidade e a eficiência do sistema viário, as obras foram estrategicamente divididas em dois trechos:
- Entre as rodovias Presidente Dutra (SP-60) e Fernão Dias (BR-381), com previsão de entrega para setembro de 2025;
- Entre a Fernão Dias e a Avenida Raimundo Pereira de Magalhães, na capital, com conclusão até setembro de 2026.
Na etapa atual, as obras começam pelo primeiro trecho com a limpeza da faixa de domínio, drenagem, terraplenagem, pavimentação e abertura de acessos, além da construção e complementação de quatro viadutos que interligam a Dutra ao início do trecho norte do Rodoanel. Os serviços fazem parte do Programa de Concessões Rodoviárias do Estado de São Paulo e são fiscalizadas pela Artesp (Agência de Transporte do Estado de São Paulo).
Com 44 km de extensão, o Rodoanel Norte vai ligar a capital aos municípios de Guarulhos e Arujá. O trecho vai concluir o principal anel viário da Grande São Paulo, interligando importantes rodovias e “reduzindo substancialmente” os congestionamentos e o tráfego de veículos pesados nas marginais Tietê e Pinheiros, segundo o governo.
“O Rodoanel Norte também vai melhorar a infraestrutura viária e logística na Grande São Paulo, reduzindo o tempo das viagens e a poluição atmosférica e sonora. O novo trecho também vai facilitar o acesso ao Porto de Santos, ampliando a capacidade de escoamento das exportações e importações nacionais”, afirma o governo paulista.
Atrasos e desafios
A obra do Rodoanel devia ter sido entregue em 2014, mas passou por sucessivos atrasos. Em setembro de 2020, o então governador, João Doria, anunciou a retomada e disse que o trecho deveria ficar pronto em 2023.
O trecho pendente deve ligar a capital à Rodovia Presidente Dutra e já custou mais de R$ 6,3 bilhões. Esse valor está 50% acima do previsto inicialmente, segundo o TCE (Tribunal de Contas do Estado).
Um estudo do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas), contratado pelo governo de São Paulo, encontrou, em fevereiro de 2020, quase 1.300 falhas no projeto e na estrutura da construção.
Além disso, 59 pontos são considerados grandes falhas construtivas pela pesquisa, como erosão em terrenos e estruturas, colunas desalinhadas e infiltrações.
*Com informações da EPTV Campinas
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