A Prefeitura de Campinas lançou, nesta quarta-feira (16), um projeto de Gestão de Arborização Urbana, que traz como principal novidade a realização de exames de tomografia em árvores. Essa tecnologia permite avaliar a saúde interna das plantas e identificar possíveis problemas estruturais, oferecendo uma análise detalhada de sua condição. Recentemente, a cidade registrou três acidentes envolvendo a queda de árvores e galhos de grande porte, resultando em ferimentos em duas pessoas. (leia mais abaixo).
A avaliação será feita em árvores que foram plantadas sem avaliação prévia e que são consideradas de maior risco. Ao todo, a cidade possui 800 mil árvores adultas. Segundo a Prefeitura, até o momento, 60 mil árvores foram inventariadas.
O projeto inclui uma série de medidas para prevenir acidentes e promover a conservação ambiental, como:
- Mapeamento detalhado das árvores de Campinas
- Ampliação da equipe responsável pelo manejo das árvores
- Parceria com a CPFL (Companhia Paulista de Força e Luz) para minimizar riscos de queda de vegetação sobre a rede elétrica
A iniciativa conta com um investimento anual de R$ 27 milhões.
Inovação na gestão de árvores
Campinas é a primeira cidade do Brasil a usar essa tecnologia com tomografia no manejo das árvores.
“Agora com esse avanço da equipe de tomografia acreditamos que vamos ter menos possibilidade de ter tragédias. As tomografias serão utilizadas nas árvores de maior porte, de maior risco”,
afirmou o prefeito da cidade, Dário Saadi (Republicanos).
A importância da avaliação preventiva
Segundo Demóstenes Silva Filho, professor da Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz) da USP (Universidade de São Paulo), que participou da coletiva da Prefeitura, é fundamental realizar avaliações preventivas das árvores para evitar acidentes.
“A tomografia é o final de uma cadeia de manejo de árvores. Você vai de uma avalição que é corriqueira, até uma avaliação que é profunda, como a tomografia, para você definir se você vai retirar uma árvore ou vai mantê-la. O objetivo é sempre manter o máximo de árvores na cidade”,
afirmou Demóstenes.
O Executivo destacou que o objetivo é aprimorar o monitoramento e o cuidado com as árvores do município, além de aumentar a arborização, com o plantio de duas mil mudas de espécies nativas por mês. Atualmente, cerca de 60 servidores públicos são responsáveis pelo manejo de aproximadamente 800 mil árvores adultas na cidade.
“Até maio deste ano, nós plantamos 412 mil árvores na cidade. Sejam as árvores plantadas pela Secretaria de Serviços Públicos, pela Secretaria do Verde, pela Mata de Santa Genebra, pela Sanasa nas obras de compensação, nas obras de saneamento e pela iniciativa privada. O que nos causa problemas atualmente são árvores plantadas sem critério, não existiam normas de arborização adequada, na cidade. Essas que nos preocupam”,
afirmou o prefeito.
Acidentes com árvores registrados nas últimas semanas
O acidade on mostrou esta semana que Campinas teve um aumento nos pedidos de podas e de retiradas de árvores com problemas no último ano. A cidade registrou diversos casos de queda de árvores nas últimas semanas, alguns deles com vítimas – leia mais abaixo.
Em 2022, foram protocoladas na Prefeitura 5.305 solicitações sobre podas e retiradas de árvores. No ano passado, o total de pedidos subiu para 7.539, o que representa um aumento de 42%.
Só neste ano, o total de registros, de janeiro a setembro, é de 5.466. Mesmo faltando três meses para acabar 2024, esse número já supera o total de pedidos de poda e retirada de árvores feitos em todo o ano de 2022. Os dados são da secretaria de Serviços Públicos de Campinas.
Apesar da alta demanda para esse tipo de serviço, muitos moradores reclamam que fazem o pedido sobre retirada de árvores com problemas, mas nem sempre são atendidos.
Vítimas das quedas de árvores
Na sexta-feira passada (11), uma mulher de 56 anos que estava a caminho do trabalho ficou ferida após ser atingida por uma árvore na Chácara Santa Margarida, no distrito de Barão Geraldo. Ela foi levada para o HC (Hospital de Clínicas) da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) com ferimentos na cabeça, braços e mãos. Ela teve um dedo amputado após o acidente.
No dia 3 de outubro, uma adolescente de 14 anos também ficou ferida por um galho de árvore no Parque são Quirino. A menina conversava na janela do carro, quando começou uma ventania e ela percebeu que o galho estava caindo.
A adolescente tentou correr, mas foi atingida. Várias pessoas ajudaram a retirar o galho. Ela quebrou o fêmur. Na ocasião, o dono da escola de natação onde a menina estava disse que havia dois protocolos para avaliação da árvore, em 2022 e 2024, e relatou que, após o acidente, a Prefeitura enviou uma equipe para cortar a planta.
No mesmo dia, no Jardim Flamboyant, um galho caiu sobre o para-brisa de um veículo que passava pela Rua Ernani Pereira Lopes. Segundo a motorista, o filho estava no banco do passageiro, mas não se feriu. E, no Jardim das Oliveiras, uma árvore de grande porte caiu sobre o muro de uma escola. Apesar do susto, ninguém se machucou.
No mês de junho, um motorista precisou levar 39 pontos na perna depois que uma árvore caiu em cima do carro dele na Rodovia Campinas-Mogi, na altura de Campinas.
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