A explosão de uma carreta e um tanque em uma indústria de produtos químicos nesta terça-feira (2), em Paulínia, resultou no despejo de resíduos na rede de drenagem e em um terreno vizinho. A conclusão é da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) após uma inspeção realizada na empresa. Na ocorrência, um homem teve ferimentos leves e foi socorrido (leia abaixo).
Segundo o órgão, o trabalho foi feito para “verificar os impactos ambientais decorrentes de incêndio” ocorrido ontem, “que ocasionou explosão e emissão de fumaça preta na atmosfera”. Não foi estipulada qualquer multa ou sanção, mas as medidas podem ser adotadas caso algum problema seja constatado. Na análise da companhia, duas substâncias foram identificadas na indústria.
“O episódio teria envolvido dois produtos: epicloridrina, armazenada em um tanque existente na propriedade da empresa, e dietilenotriamina, armazenada em um caminhão-tanque que realizava a descarga do produto”, disse a Cetesb, que agora pediu um relatório detalhado sobre o que será feito após o acidente.
O que foi será feito?
De acordo com a Cetesb, depois do incêndio causado pela explosão, parte dos produtos e das águas usados para controlar e apagar o fogo ficou retida nas bacias de contenção do tanque e na plataforma de descarregamento. Já parte da água do rescaldo do incêndio do caminhão “atingiu a rede de drenagem de águas pluviais da indústria e o solo, em terreno vizinho” à área da empresa.
“Em função disso, a Cetesb exigirá relatório detalhado da empresa, incluindo as providências a serem adotadas para impedir novas ocorrências de mesma natureza e as medidas a serem adotadas para a limpeza da área atingida pelos resíduos gerados no combate ao incêndio e para a destinação destes resíduos”, complementa o comunicado enviado à imprensa um dia depois do ocorrido.
Em manifestação feita ontem, a empresa Solenis negou danos ambientais causados pela explosão.
Nesta sexta-feira (5) a empresa enviou uma nota sobre o acidente e informou que houve uma explosão seguida por um incêndio durante o descarregamento de uma carreta de produtos químicos. Até o momento, não é possível afirmar a causa da explosão. Uma investigação está sendo conduzida para que se determine uma conclusão.
A nota ressalta que o incidente foi rapidamente controlado, com o apoio da própria Brigada da Solenis Especialidades Químicas, da PAM (Plano de apoio mútuo entre empresas) e do Corpo de Bombeiros. Ainda na nota a Solenis afirmou que contratou uma empresa especializada em gestão de riscos ambientais para realizar a remoção de resíduos na área afetada, em total conformidade com a legislação ambiental vigente. Amostras do solo e da água também foram disponibilizadas para análises, a fim de evitar qualquer tipo de contaminação nos entornos e que vem colaborando ativamente com os órgãos oficiais de controle ambiental para investigar as causas e as consequências do incidente, de forma transparente. A nota termina enfatizando que a emresa assumirá todas as responsabilidades que envolvem o incidente, tomará as devidas providências e intensificará ainda mais seus protocolos para evitar que situações como essa voltem a acontecer.
Como foi a explosão?
A explosão envolvendo a carreta e o tanque aconteceu dentro da empresa e deixou o motorista do veículo ferido, em Paulínia. O momento da explosão foi gravado por uma câmera de segurança da região, que mostra um estampido alto, além do fogo e de uma alta coluna da fumaça. Outras imagens feitas no entorno mostram o local logo após a explosão (clique aqui para ver).
A vítima teve ferimentos leves e foi levada a um hospital pelo Corpo de Bombeiros. De acordo com testemunhas, o homem estava perto do caminhão no momento da explosão, mas não teve ferimentos graves. Os bombeiros foram acionados e chegaram à empresa logo depois. Dois caminhões de Campinas se deslocaram para prestar apoio e o fogo foi controlado por volta de 11h30.
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