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CotidianoApós morte do pai por covid-19, cientista campineira em Harvard estuda combate à doença

Após morte do pai por covid-19, cientista campineira em Harvard estuda combate à doença

Doutora pela Unicamp, a pesquisadora mudou a área de estudo para Harvard a fim de entender o mecanismo que pode ter agravado a doença que matou o seu pai em 2021

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Por que algumas pessoas, mesmo jovens e saudáveis, sem nenhuma comorbidade, desenvolvem a forma grave da covid-19 e precisam ser internadas e intubadas? Essa foi a pergunta que tomou conta da mente e do coração da cientista campineira Marcella Cardoso, que perdeu o pai de 67 anos por conta da doença em 2021. Hoje, três anos depois, a pesquisadora tem a resposta.

Em abril, a cientista da escola de medicina de Harvard do Hospital Geral de Massachusetts, nos Estados Unidos, publicou um estudo, na renomada revista científica Cell, que revelou o que acontece que o sistema imunológico desses indivíduos não consegue contra-atacar a infecção.

O que foi descoberto sobre a covid-19?

Na prática, a brasileira descobriu que o sistema imunológico tem dificuldade de combater o coronavírus por conta de um mecanismo que “engana” a presença dele no organismo. E aqui vale uma breve aula de biologia. Quando uma célula do nosso corpo está doente — foi infectada por um vírus, por exemplo — ela “ganha” receptores na superfície que servem como uma pista para que células do sistema imunológico conhecidas como NK (sigla em inglês para natural killers, algo como ‘assassinos naturais’) entrem em ação e matem as células doentes para evitar que o problema cresça, se agrave ou se espalhe.

“É como se as células NK fossem os guardiões do nosso corpo, patrulhando constantemente para detectar e destruir qualquer célula que tenha sido comprometida por um vírus”, explicou.

Mas o coronavírus encontrou uma maneira de “driblar” essa camada de proteção do nosso corpo, inibindo os receptores que deveriam aparecer nas células doentes. Sem esse sinal, as células NK não detectam o perigo e o coronavírus consegue se multiplicar naquela célula, matá-la e repetir esse processo em outras partes do organismo.

Novo tratamento

Para tentar driblar essa ação do coronavírus no nosso organismo, Marcela e outros especialistas decidiram avaliar se um remédio experimental chamado 7C6, da classe dos anticorpos monoclonais, poderia servir de proteção para esses indivíduos.

“Esse anticorpo se liga aos receptores da célula e serve como uma espécie de escudo. Com isso, a proteína do coronavírus não consegue ‘varrê-los’, explica ela.

Com os tais receptores ativados, as células NK podem fazer o trabalho de eliminar as unidades doentes antes que o agente infeccioso cause um estrago muito grande, aumentando a chance de recuperação do paciente infectado.

Pesquisa de sangue latino

O estudo foi realizado em parceria com o Hospital de Clínicas da Unicamp, que cedeu amostras de sangue coletadas durante a pandemia e que já haviam sido objeto de outras pesquisas. O material ajudou os pesquisadores a observar, em detalhes, como as células se comportam diante de um ataque viral.

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Com grande parte de sua trajetória acadêmica realizada na Unicamp, Marcella compartilha sua satisfação em ter conseguido tornar sua pesquisa minimamente “verde e amarela” e chama a atenção para a importância de incentivar a pesquisa brasileira.

“Geralmente, as pesquisas relacionadas ao Brasil carregam o estigma da escassez e das doenças típicas do terceiro mundo. Mas eu queria que nosso país pudesse ser olhado de outra forma.”

Sensação de missão cumprida

A cientista conta que a lembrança de seu pai esteve presente a todo momento em seu estudo. Para ela, a sensação final é de missão cumprida, não apenas por ter encontrado a motivação da morte precoce de seu pai, mas também pelo papel que sua pesquisa desempenhará no tratamento de outros pacientes com infecções virais.

*Com informações da EPTV Campinas

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