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CotidianoApós sindicância, PUC-Campinas diz que áudios xenofóbicos não são de estudantes

Após sindicância, PUC-Campinas diz que áudios xenofóbicos não são de estudantes

Gravações após o resultado do primeiro turno das eleições repercutiram nas redes sociais; veja o resultado da apuração e relembre o caso

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Campus 1 da PUC-Campinas (Foto: Divulgação)
Campus 1 da PUC-Campinas (Foto: Divulgação)

 

A sindicância aberta pela PUC-Campinas para avaliar supostos áudios de alunos do curso de Direito contra nordestinos concluiu que “as gravações divulgadas em redes sociais e pela imprensa não são de autoria de estudantes da Universidade”. O resultado foi divulgado pela instituição nesta sexta-feira (2), cerca de dois meses depois do início do processo (relembre o caso abaixo).

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Ainda de acordo com a PUC, “a única mensagem de autoria comprovada foi a de um estudante com desrespeito a um colega devido às suas preferências partidárias”. “Por conta disso, o autor será suspenso por 15 dias. Ele foi notificado no dia 1º de dezembro da decisão e terá 5 dias úteis para recorrer, conforme garante o regulamento interno da instituição”, informou a nota.

OS ÁUDIOS

Os áudios que foram alvos da apuração circularam em redes sociais e no WhatsApp logo após o primeiro turno das eleições, em 2 de outubro. Em um deles, há ameaça de agressão física, com citações a locais usados pelos alunos da faculdade. Em diversos outras gravações, as ofensas se estendem com xingamentos que relacionam os moradores da região ao resultado da votação.

Em uma das falas , um jovem fala supostamente a um estudante nordestino da PUC: “já falei irmão, vai na 104, no Direito. Quer saber? Nem vai na 104. Passa sua sala aí que vou te trombar amanhã. Vamos ver se é tudo isso mesmo. Você tá falando muito, irmão, baixa sua bola, ‘rapá’ (…). Se não vou chegar na presença e arregaçar sua cara, irmão, na frente da sua sala”, afirma.

A sindicância foi aberta no dia 4 de outubro e o prazo inicial era de 30 dias para a conclusão, mas o processo teve que ser prorrogado para mais investigações.

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ENVOLVIMENTO DO MP

Dois dias após a abertura da sindicância na PUC, o MP-SP (Ministério Público de São Paulo) também instaurou um procedimento para apurar os áudios que circularam nas redes sociais

“Diante dos casos de xenofobia contra nordestinos, ocorridos em redes sociais de estudantes do curso de Direito da PUC Campinas, noticiados pela imprensa local, a Promotoria de Direitos Humanos – Inclusão Social de Campinas, instaurou procedimento para apuração preliminar dos fatos”, informou o MP.

O MP solicitou à PUC-Campinas informações sobre o que já foi apurado em sindicância, com remessa das informações em até 10 dias. O resultado da apuração do MP, no entanto, ainda não foi divulgado. 

RELATOS DE ALUNOS

À EPTV Campinas, no dia da abertura da sindicância, o presidente do Centro Acadêmico do curso de Direito, Pedro Paulo Brito, confirmou que os áudios eram de um aluno da PUC e disse que o autor das gravações havia sido identificado. O nome do estudante, inclusive, foi repassado para a diretoria.

Já no Instagram, um aluno do curso de direito da PUC-Campinas escreveu uma carta aberta ao diretor da faculdade contando ainda de outro ataque xenofóbico na instituição. Confira relato abaixo:

“Venho por meio desta fazer a denúncia de um crime cometido por uma aluna desta instituição, mais especificamente do curso de Direito. A referida aluna fez um post em suas redes sociais na data de 02/10/2022, em que se refere ao Nordeste como ‘a região mais depravada do Brasil’ e afirma ‘Nordeste, seria orgulho se vocês realmente quisessem trabalhar’”.

O nome da aluna citada foi suprimido, já que a reportagem não a encontrou para se manifestar.

PUC E CENTRO ACADÊMICO

Em nota oficial após a divulgação dos áudios, a PUC-Campinas disse que “defende uma sociedade justa e fraterna, o que inclui o respeito às origens e às culturas diversas que compõem a nação brasileira. Em relação a este caso, a Universidade abriu uma sindicância para avaliar quais seriam as medidas”.

O caso também fez com o Centro Acadêmico de Direito se manifestasse em repúdio aos supostos áudios – veja abaixo a nota completa:

“O Centro Acadêmico de Direito vem por meio desta nota, se pronunciar acerca de estudantes da nossa Faculdade que cometeram atos xenofóbicos após o 1º turno das eleições de 2022. Já entramos em contato com a Direção da faculdade repassando as denúncias que a nós chegaram para possíveis punições.

Primeiramente, cabe ressalta que a PUC-Campinas é uma universidade que tem um amplo corpo discentes, entre eles, negros e negras, LGBTs, indígenas e nordestinos. Nosso discurso não é vazio. Existem estudantes aqui que resistem pela universidade e contribui para o nome que ela tem! Vão ter que suportar os nordestinos lá e aqui!

Mais uma vez, nossa faculdade se torna centro das atenções devido à estudantes que insistem em cometer e propagar discursos e ofensas racistas, machistas, LGBTFóbicos e xenofóbicos. Após o adiantamento da apuração dos estados do nordeste, que deram ampla votação ao candidato à presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT), ocorreram vários casos de estudantes da nossa faculdade que aproveitaram dessa situação para expor seus posicionamentos extremamente xenofóbicos.

Vivemos em uma democracia, em que as eleições gerais devem ser a maior celebração dessa conquista do Estado democrático de Direito. Não há espaço na nossa faculdade e em todo o Brasil para discursos preconceituosos e criminosos.

O nordeste brasileiro é uma região que resiste a toda desigualdade regional e toda exploração histórica. Região rica de cultura, de diferenças, meio ambiente e povos! Respeitem o nordeste!

CA XVI de Abril
Gestão Catarse”
 

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