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CotidianoAumentam casos de doenças respiratórias em crianças

Aumentam casos de doenças respiratórias em crianças

Em São Paulo, este panorama pôde ser referendado por levantamentos realizados por veículos de imprensa nos últimos meses

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Boletim da Fiocruz (Foto: Leonardo Oliveira/Fiocruz)

Os mais recentes boletins InfoGripe, da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), publicação científica onde são compilados dados referentes à incidência de doenças respiratórias na população brasileira, tem indicado o crescimento de internações – especialmente entre crianças com até quatro anos – relacionadas a quadros provocados pelo vírus sincicial respiratório, pelo bocavírus, pelo rinovírus e pelo parainfluenza dos tipos 3 e 4.

Em São Paulo, este panorama pôde ser referendado por levantamentos realizados por veículos de imprensa nos últimos meses. Uma pesquisa de campo feita pela TV Globo entre os dias 14 e 20 de agosto apontou que 620 crianças de até quatro anos foram internadas em território paulista com sintomas de SRAG (síndrome respiratória aguda grave) não relacionados à Covid-19 – no mesmo período de 2020, foram registradas 392 internações.

Já uma reportagem da Folha de S.Paulo publicada em 9 de dezembro verificou a mesma tendência em um contexto mais restrito, analisando apenas a capital paulista. De acordo com especialistas ouvidos pelo periódico, a volta ao convívio social após o longo período de confinamento provocado pela pandemia de Covid-19 foi o principal motivo pela alta nos casos de viroses.

‘As crianças foram as primeiras a serem isoladas em casa e as últimas a saírem. Assim, o sistema imunológico fica um pouco aquém daquilo que era. No isolamento, a exposição a vírus e bactérias foi reduzida, e o sistema imunológico ficou mais fácil de ser atacado. Essa é a principal questão’, afirmou Fausto Flor Carvalho, pediatra e presidente do Departamento de Saúde Escolar da Sociedade de Pediatria de São Paulo, à Folha.

A Primavera atípica, com mais dias frios, na avaliação de Carvalho, também pode ter contribuído para o aumento de casos. As mudanças climáticas repentinas, além da poluição atmosférica, ademais, são responsáveis por cerca de 70% das internações por doenças respiratórias, segundo o relatório “Vulnerabilidades das Megacidades Brasileiras às Mudanças Climáticas: Região Metropolitana de São Paulo”, elaborado por pesquisadores do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).

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Ácaros como causadores de problemas respiratórios

Além da poluição, das mudanças climáticas e de alguns fatores específicos e excepcionais como a fragilização do sistema imunológico de crianças decorrente do longo período de isolamento social, problemas respiratórios também podem ser causados por ácaros, fungos e bactérias. Ao UOL, Fausto Nakandakari, otorrinolaringologista do Hospital Sírio-Libanês (SP), afirmou que os sintomas causados pela aspiração dos chamados “ácaros de poeira” costumam ser parecidos com os de crises alérgicas provocadas por pelos de animais e poluentes.

“Quando os ácaros estão presentes, os sintomas costumam ser os mesmos de rinite, como espirros frequentes, nariz entupido, coriza e coceira nas mucosas. Já na asma o principal sintoma é a falta de ar e o chiado no peito’, afirmou ao portal o otorrino, especificando que os principais ácaros de poeira são o Dermatophagoides pteronyssinus, o Blomia tropicalis e Dermatophagoides farinae.

Ao jornal Extra, Maria Cândida Rizzo, coordenadora do departamento científico de Rinite da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (SBAI), pontuou, ainda, que “enquanto dormimos, perdemos aproximadamente 1g de pele por noite”, sendo, então, o colchão, o travesseiro e a roupa de cama, além de tapetes, carpetes e sofás, superfícies “altamente contaminadas com ácaro”.

Vinicius Finavaro, sócio-fundador da SP Lavagem e Impermeabilização, frisa a importância de que a limpeza de superfícies como tapetes e carpetes seja feita regularmente.

“Com a limpeza periódica de tapetes e carpetes, conseguimos diminuir bastante a proliferação de bactérias, ácaros e fungos, que são os grandes vilões das doenças respiratórias”, diz. “Orientamos sempre a realização da limpeza de carpete e tapetes a cada 6 meses”.

Sobre os principais métodos utilizados para limpeza de carpetes e tapetes, o profissional aponta o emprego de produtos bactericidas e bacteriostáticos, “que eliminam os microrganismos patogênicos”. Além disso, frisa, “a ação bacteriostática ajuda o carpete a ficar seco sem risco de mau cheiro”

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Leandro Las Casas
Leandro Las Casas
Graduado pela PUC-Campinas desde 2011, atua há 14 anos no Jornalismo, área na qual cobriu sete eleições, participou de grandes coberturas e esteve a frente de podcasts e projetos de assessoria. Começou a carreira na rádio CBN Campinas, onde foi estagiário, repórter e apresentador. No acidade on Campinas, assina matérias e reportagens de todas as editorias desde 2021.
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