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CotidianoAutismo: atendimento registrou alta de 13% em Campinas no ano passado

Autismo: atendimento registrou alta de 13% em Campinas no ano passado

O autismo afeta uma em cada 100 crianças em todo o mundo, segundo informações da OMS (Organização Mundial de Saúde)

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Abril é o mês de conscientização sobre o TEA (Transtorno de Espectro Autista), e, na regional de Saúde de Campinas, o aumento nos atendimentos para a população com autismo cresceu 13% no ano passado em comparação com 2022. Em 2023 foram 112.500 atendimentos ambulatoriais e no ano anterior pouco mais de 99 mil.


O autismo afeta uma em cada 100 crianças em todo o mundo, segundo informações da OMS (Organização Mundial de Saúde), ontem foi o Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo. A data foi criada em 2007 pela ONU (Organização das Nações Unidas) com o objetivo de difundir informações sobre essa condição do neurodesenvolvimento humano e reduzir o preconceito que cerca as pessoas afetadas pelo TEA.

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Crianças e adultos com TEA precisam de atendimento em diversas especialidades. Mas, as ONGs de Campinas e região não dão conta da demanda. Por isso, há fila de espera.

No Acesa Capuava, que fica em Valinhos, mas que atende também outras cidades, são 30 crianças esperando. No Paica (Programa de Atenção Integral à Criança e ao Adolescente) de Campinas, são cerca de 90, e na Adacamp, também em Campinas, mais de 500.

A coordenadora do Paica, Suzy Mary Ferraz, pontua que a família também precisa de atenção. “É o luta dessa mãe, desse pai, que perdem o filho desejado; que precisam passar por um processo para aceitar que o filho sonhado não está lá”, afirmou.

Serviço público para o autismo

A secretaria municipal de Educação de Campinas informou que atende 1.111 alunos com o transtorno matriculados na educação infantil e no ensino fundamental.

Além do próprio professor em sala de aula, há o professor de educação especial e, quando recomendado, um cuidador.

Mas, a empregada doméstica Maria Bezerra aponta muitos desafios. “Eu tive que alfabetizar o meu filho. Foi difícil. No primeiro ano de escola dele, eu tive que ser praticamente a professora. Foi um ano bem complicado”, afirmou.

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Já a secretaria de Saúde de Campinas pontuou que os 68 centros de saúde do município trabalham com o programa saúde da família e dispõem de equipes multiprofissionais, com pediatra, médico de família, psicólogo, entre outros, e que quando necessário encaminham os pacientes para atendimentos especializados em outras unidades, como o realizado pelos centros de atenção psicossocial infanto-juvenil.

A secretaria de Estado da Saúde informou que o plano estadual integrado para pessoas com transtorno do espectro autista ainda está em fase de elaboração. Mas, que possui convênios e contratos com unidades privadas, especializadas no atendimento de TEA pelo SUS.

Como diagnosticar o autismo?

O TEA é caracterizado por dificuldades na comunicação e interação social, podendo envolver outras questões como comportamentos repetitivos, interesses restritos, problemas em lidar com estímulos sensoriais excessivos (som alto, cheiro forte, multidões), dificuldade de aprendizagem e adoção de rotinas muito específicas.


“O autismo hoje é compreendido como espectro de manifestação fenotípica bastante heterogênea, ou seja, existem várias manifestações diferentes do autismo. E essas manifestações ocorrem também com sinais mais ou menos evidentes em algumas pessoas”, afirma o neuropsicólogo Mayck Hartwig.

O TEA pode se manifestar em três níveis, que são definidos pelo grau de suporte que a pessoa necessita: nível 1 (suporte leve), nível 2 (suporte moderado) e nível 3 (suporte elevado).

Coautora do livro Mentes Únicas e especialista em Distúrbios do Desenvolvimento, Luciana Brites afirma que o 2 de abril é importante para informar a população sobre o autismo.

“É um transtorno que tem impacto muito grande porque afeta principalmente a cognição social, os pilares da linguagem. Esse espectro tem diversas nuances que compõem o quadro. E é um quadro heterogêneo. De um lado você tem autistas com altas habilidades e outros com deficiência intelectual. Alguns com hiperatividade e outros mais calmos”, afirma Luciana.

Segundo ela, é importante ter um diagnóstico precoce, já que os primeiros sinais do TEA podem aparecer no segundo ano de vida.


“Quando conseguimos fazer a detecção antes dos 3 anos, a gente consegue, muitas vezes, mudar a realidade dessa criança, desse adolescente, desse adulto. As políticas públicas de educação e saúde precisam ser muito bem sustentadas para que se possa consiga avançar no desenvolvimento dessas crianças, que vão virar adolescentes e adultos”.

No Brasil, existe uma Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista, conhecida como Lei Berenice Piana, criada em 2012, que garante aos autistas o diagnóstico precoce, tratamento, terapias e medicamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS), além do acesso à educação, proteção social e trabalho.


Além disso, a política nacional considera o autista pessoa com deficiência para todos os efeitos legais. Em 2020, outra legislação, a Lei Romeo Mion, cria a Carteira de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (Ciptea), que pode ser emitida gratuitamente por estados e municípios.


A Ciptea é uma resposta à impossibilidade de identificar o autismo visualmente, facilitando a ele o acesso a atendimentos prioritários e a serviços a que tem direito, como estacionar em uma vaga para pessoas com deficiência.

A pessoa com TEA tem direito a receber um salário mínimo (R$ 1.412) por mês, por meio do Benefício de Prestação Continuada (BPC), caso seja incapaz de se manter sozinha e a renda per capita da família for inferior a um quarto do salário mínimo, ou seja, R$ 353.

Com informações da Eptv Campinas e Agência Brasil

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