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CotidianoBalanço: Campinas teve 6 mortes e 35 casos de meningite meningocócica nos últimos 6 anos

Balanço: Campinas teve 6 mortes e 35 casos de meningite meningocócica nos últimos 6 anos

Doença é considerada grave e matou jovem no ano passado; veja como funciona a imunização

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Campinas registrou nos últimos seis anos 35 casos de infecção e seis mortes por meningite meningocócica – considerada o tipo mais grave e infeccioso da doença.  O balanço foi divulgado pela secretaria de Saúde nesta segunda-feira (24), Dia Mundial de Combate à Meningite.

Segundo o levantamento, nos últimos anos o maior número de casos foi registrado em 2019, antes da pandemia de covid-19, quando foram 13 casos confirmados em Campinas – que resultaram em três mortes. Em 2020, foram três casos e sem mortes, já no ano passado, o único caso confirmado resultou no óbito de um jovem com a faixa etária de 20 a 29 anos.

Veja os números:

  • 2017: 6 casos e 2 mortes
  • 2018: 9 casos e nenhuma morte
  • 2019: 13 casos e 3 mortes
  • 2020: 4 casos e nenhuma morte
  • 2021: 2 casos e nenhuma morte
  • 2022: 1 caso e 1 morte

Segundo a Saúde, em 2020 os quatro casos foram registrados em adolescentes, adultos e idosos. Já em 2021 os dois casos foram registrados em crianças, sendo uma com menos de 1 ano e uma criança na faixa etária de 1 a 4 anos.

 

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O QUE É

Em entrevista ao acidade on, a infectologista do Devisa (Departamento de Vigilância em Saúde) Valéria Almeida, explicou que há mais tipos da doença, mas com a transmissibilidade maior, a meningocócica é considerada a mais preocupante.

“Existem vários tipos de meningites causadas por bactérias diferentes. Esses casos de são de meningite meningocócica, que é a que tem maior transmissibilidade, que pode causar epidemias. Ela é a meningite mais transmissível que existe, e tem a evolução mais rápida, o que pode levar ao óbito facilmente. Todas são graves, mas essa é mais grave passa de uma pessoa para outra muito facilmente”, explicou.

Segundo Valéria, outros casos de meningites são registrados em Campinas constantemente, mas a maioria é relacionada ao agravamento de outras doenças.

“Todo ano temos muitas meningites, tem muitos tipos. O que causa mais atenção é meningocócica, porque além de ter transmissão rápida, ela tem evolução rápida, então criança podem estar bem de manhã, e depois de 2,3 horas pode estar em estado grave. Os outros tipos não existe uma transmissão de pessoa para pessoa importante, e são mais associados a doenças mal tratadas, que podem complicar em uma meningite”, explicou.

Apesar da gravidade, a infectologista avalia que os casos são poucos em Campinas, principalmente por causa da vacinação.  Ela explica que pessoas de qualquer faixa etária podem se contaminar, mas normalmente a gravidade é maior em casos de infecção de crianças.

“Tivemos poucos casos nos últimos anos porque existe vacinação, principalmente em crianças, que são as que evoluem pior em casos de infecção. É uma doença que pode atingir tanto adultos como as crianças. No entanto quando as crianças estão com essa doença a gente sabe que pode evoluir para formas mais graves”, reforçou.

PROTEÇÃO CONTRA A DOENÇA

A vacina meningocócica C (conjugada) faz parte da vacinação de rotina e está disponível em todos os centros de saúde de Campinas.

As doses são aplicadas em crianças menores de 1 ano, sendo a primeira aos 3 meses e a segunda aos 5 meses. Aos 12 meses é feito um reforço do imunizante.

Desde julho de 2021 a vacinação está disponível em todo o País para crianças de até 10 anos que perderam a oportunidade de receber as doses na idade indicada. O imunizante também é indicado para profissionais de saúde, mesmo que já estejam com o ciclo completo.  

A cobertura vacinal contra a doença em Campinas em 2022 foi de 92,1%. A meta era de 95%.

Vacina ACWY

A vacina meningocócica ACWY (conjugada) também está na rotina de vacinação dos adolescentes de 11 e 12 anos desde 2020. No entanto, até junho deste ano, pessoas com 13 e 14 anos também poderão receber a dose.

O QUE É DOENÇA

A meningite provoca inflamação no cérebro e na medula espinhal. A doença pode ser causada tanto por vírus como bactérias, que atacam as membranas que envolvem e protegem o sistema nervoso. É transmitida por meio de tosse, espirros e contato próximo entre as pessoas.

Os principais sintomas são cansaço, febre alta, forte dor de cabeça, rigidez na nuca, náuseas, vômitos, abatimento geral, entre outros. Em crianças menores de 1 ano, é importante observar inchaço da moleira e choro persistente.

Diante de alguma suspeita de meningite, a pessoa deve procurar  imediatamente atendimento médico.

“Precisa estar muito atento para o profissional suspeitar de meningite para iniciar o tratamento com antibiótico o quanto antes. Ela é uma doença que quando não inicia o tratamento precoce a pessoa pode ir ao óbito. Precisa ter um diagnóstico muito rápido”, reforçou a infectologista.

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