Restaurantes, bares e lanchonetes de Campinas começaram a adotar medidas para combater a violência contra as mulheres. As ações seguem a lei sancionada no último sábado (4) pelo governo do estado que obriga esses estabelecimentos a agirem para ajudar as vítimas. Uma mulher, que prefere não se identificar, foi agredida várias vezes por um ex-companheiro nesses lugares, e ninguém fez nada.
“Então, não tem assim, o que dizer para expressar, realmente, o que de fato acontece. Isso só quem passa sabe, a agonia que é e não ter como você gritar e vir alguém para te ajudar naquele momento”, afirma a vítima.
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Na cidade, alguns comércios saíram na frente e fixaram cartazes no salão e também nos banheiros femininos que deixam claro que o estabelecimento está preparado pra fazer a parte dele numa situação suspeita.
“O projeto de lei deixa muito claro que o objetivo é a gente dar segurança para essa pessoa que está nesta situação. A gente descobrir, via cartazes, e ficar sabendo que está tendo uma situação de violência e de risco, e a gente conseguir acolher essa pessoa e deixar essa pessoa em segurança e, ai sim, buscar soluções que podem ser, por exemplo, chamar a polícia para fazer uma abordagem ou essa pessoa ligar para um familiar vir buscar”, explica Matheus Mason, presidente regional da Abrasel Campinas (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes).
Entre todos os pedidos, o mais importante para mulher que está em perigo não consta no cardápio, mas sim em um cartaz. Na verdade é um código que está colado do banheiro. Se a cliente verbalizar essa palavra no caixa para qualquer garçom pode evitar um caso de abuso.
“A gente está dois passos a frente ao resto do país com relação a fazer um projeto de lei que funcione, que acolha as mulheres, que dê segurança às vítimas de violência contra a mulher”, finaliza Mason.
O auxílio prestado pelo estabelecimento pode ser a simples oferta de um acompanhante até o carro, outro meio de transporte ou até a comunicação à polícia. Importante lembrar que qualquer pessoa que presencie uma cena de abuso ou violência, pode fazer uma denúncia anônima através do 180.
“Seria um grito de socorro! Alguém vai chegar para te ajudar. Você não vai estar sofrendo sozinha. Então, eu vou chamar um garçom ou uma garçonete e eles já sabem ali, já estão treinados para nos acolher. Então assim, é um passo a mais que a gente pode estar desbravando essas agressividades”, comenta a vítima.
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