O caso do idoso de 92 anos que foi levado morto a uma agência bancária em Campinas em 2020 foi arquivado pela Justiça, a pedido do MP (Ministério Público). Josefa de Souza Mathias, de 58 anos, que se apresentou como esposa do homem, teria levado o cadáver ao banco para realizar a prova de vida e retirar a aposentadoria dele. O idoso estava morto há pelo menos 12 horas.
Essa situação é parecida com o caso do idoso levado morto em uma cadeira de rodas até uma agência bancária em Bangu, no Rio de Janeiro, que viralizou em todo o país e ganhou até os noticiários internacionais nesta semana.
Entenda por que o caso do cadáver no banco em Campinas foi arquivado
O caso do cadáver no banco em Campinas aconteceu no dia 2 de outubro de 2020, quando Josefa levou seu suposto companheiro, Laércio Della Colleta, para realizar a prova de vida para o recebimento da aposentadoria em uma agência do Banco do Brasil, na região central de Campinas.
Ela chegou ao local com o corpo do idoso em uma cadeira de rodas e afirmou que foi ao banco porque precisava fazer uma movimentação bancária na conta do suposto marido, porém havia esquecido a senha de letras. Josefa seria a responsável pela movimentação da conta bancária do homem, mas não tinha nenhuma procuração para isso. Laércio era um escrivão aposentado e viúvo. Por isso, o banco informou ser necessário ir até a agência para fazer a prova de vida como medida de segurança.
Ao chegar na agência, na tentativa de apressar o atendimento, a mulher disse que o homem estava passando mal, e os bombeiros foram acionados para ajudá-lo. Foi quando eles constataram que o idoso não só estava morto, como o óbito teria ocorrido havia 12 horas.
Segundo o boletim de ocorrência, o Corpo de Bombeiros e o médico do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) notaram que ele estava em estado cadavérico e com inchaço nos pés. Com isso, a Guarda Municipal foi chamada e a mulher encaminhada à delegacia.
A partir da situação, foi iniciada uma investigação pelo 1º DP (Distrito Policial) de Campinas para entender o que aconteceu. Segundo nota da Promotoria, o inquérito apurou tentativa de furto mediante fraude e vilipêndio de cadáver. Porém, ele foi arquivado em janeiro de 2021.
O Ministério Público concluiu que seria “crime impossível” em relação ao furto, já que a vítima estava morta quando a mulher tentou retirar a aposentadoria. Já com relação à violação de cadáver, foi concluído que a intenção da autora no caso era apenas tentar sacar o valor utilizando o corpo do idoso, então não havia crime. O pedido de arquivamento foi aceito pela 5ª Vara de Justiça de Campinas.
Decisão da Justiça
Veja a nota da Promotoria sobre o caso na íntegra:
O inquérito apurou tentativa de furto mediante fraude e vilipêndio de cadáver. Foi arquivado em janeiro de 2021, por restar caracterizado crime impossível em relação ao furto. E com relação ao vilipêndio de cadáver, também foi arquivado, porque o dolo da autora no caso era tentar sacar valor utilizando o cadáver. O arquivamento foi acolhido pela 5ª Vara e se encontra no arquivo até a presente data.
Caso no Rio de Janeiro
Na situação parecida que aconteceu no Rio de Janeiro na última terça-feira (16), um vídeo mostra a mulher que diz ser sobrinha e cuidadora de Paulo Roberto Braga, de 68 anos, dentro de uma agência bancária. Ela chega a simular diálogos com o idoso, que, segundo o Samu, estava morto há horas. Inclusive, ela pede para o homem que assine um documento com o objetivo de fazer um empréstimo de R$ 17 mil, em nome do idoso morto.
Funcionários da agência, desconfiados com a situação, acionaram o Samu e a Polícia Militar. A mulher foi identificada como Érika de Souza Vieira Nunes. Ela foi presa em flagrante por tentativa de furto mediante fraude e vilipêndio de cadáver. A defesa da suspeita alega que a vítima chegou viva à agência.
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