Com informações de Marcio Dolzan/Agência Estado
O Brasil viverá uma nova onda de calor com recordes históricos nos próximos dias. Segundo a empresa MetSul, mesmo cidades habituadas ao clima quente poderão ter máximas até 15°C superiores à média para o período. A expectativa é que o “calorão” supere em intensidade as ondas de setembro e outubro. Em Campinas e região, a máxima até quarta-feira (15) deve ser de 38°C e a expectativa pela baixa umidade eleva a preocupação com a saúde (veja abaixo).
O fenômeno El Niño tem a sua contribuição para a alta de temperaturas, mas este e outros episódios de calor extremo no País nos últimos meses não podem ser atribuídos exclusivamente a ele. “(O El Niño) tende a favorecer o aumento de temperatura em várias regiões do planeta, e favorece eventos extremos de calor na América do Sul”, argumenta a doutoranda em Climatologia pela UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), Karina Bruno Lima.
“Mas, em setembro, tivemos uma onda de calor, e houve um estudo de atribuição para verificar qual o papel das mudanças climáticas naquela ocasião. Verificou-se que a contribuição do El Niño foi pequena em comparação com o aumento do aquecimento global antropogênico (causado pelo homem)”, diz.
Aviso e alerta
O Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) emitiu aviso meteorológico especial alertando para “grande perigo” devido às altas temperaturas em diversos pontos do Brasil. Entre os locais listados no estado de São Paulo, estão as regiões de Campinas, Ribeirão Preto, Araraquara e Marília. Em Campinas, segundo a Climatempo, o pico de calor deve ser de 38°C na segunda-feira (13). Na terça (14) e na quarta, os termômetros devem chegar à máxima de 37°C.
“Há potencial de calor excepcional superar em intensidade os eventos históricos de setembro e outubro. O que os modelos mostram de calor é tão extraordinário e fora da curva histórica que a onda de calor pode ser a mais intensa já registrada no Brasil em valores de temperatura”, detalha ainda a Metsul.
Karina Lima explica que isso está associado ao que os especialistas chamam de domo de calor. “É um fenômeno que ocorre quando uma área de alta pressão permanece por algum tempo na mesma região, prendendo o ar quente”, diz. “O solo ressecado deixa o ar mais quente e o ar mais quente acaba provocando um ressecamento cada vez maior. Temos de imaginar um ciclo fechado que vai se retroalimentando”, afirma a meteorologista Estael Sias, da MetSul.
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