Levantamento realizado pelo Creci (Conselho Regional de Corretores de Imóveis) de Campinas mostra que a procura pelo aluguel de imóveis perto de faculdades e universidades cresceu até 40% neste ano na cidade.
O crescmento está relacionado a busca de alunos e professores retomando o ensino presencial e, por isso, precisam de um espaço pra morar.
Entre as regiões mais buscadas pelos interessados estão Jardim Ipaussurama, Mansões Santo Antônio, Barão Geraldo, Vila Industrial e Swift.
Segundo o Creci, essa procura de até 40% é fora do comum porque geralmente a retomada de aula faz crescer de 15% a 20% o aluguel em áreas próximas de faculdades.
No começo de ano passado, por exemplo, esse aumento também foi registrado. Já neste ano, a porcentagem foi inesperada por causa da pandemia e a da nova variante, a ômicron.
MOTIVOS
Para o órgão, a alta de cerca de 40% de 2022 ocorre porque os alunos e professores ficaram dois anos (2020 e 2021) no ensino on-line e muitos contratos foram desfeitos
Agora, com a retomada, o setor teve procura intensa. Segundo o delegado regional do Creci Campinas, José Carlos Sioto, a alta resultou em um acúmulo na demanda.
“Foi uma surpresa agradável. O aumento foi notado entre o final de outubro e o começo de fevereiro. Nós temos os que já moravam aqui e agora estão voltando e os novos. Isso gerou um acúmulo. Estamos com poucos imóveis pra locação” explica ele.
PERFIS E PREÇOS
Em algumas imobiliárias, o crescimento na procura foi de 20% na comparação com o início do ano passado. Os valores variam de acordo com os tipos dos imóveis.
“Vão desde kitnets, de grande procura, até imóveis no Cambuí, mobiliados e de alto padrão. Há locais de R$ 700 e outros de R$ 4 mil”, diz o dono da empresa, Luis Fernando Poletti.
A proprietária de outra imobiliária da cidade, Ana Esmeralda Lucas, detalha que a procura é tão grande que muitos professores e estudantes adiantam o processo ainda nas cidades de origem.
“A gente anuncia um imóvel e 25 pessoas se interessam por ele, em média. O pessoal fala pra reservar. Antes mesmo da pessoa vir, ela já preenche os dados”, detalha.
Entre os estudantes, Júlia Oliveira Gomes conta que enfrentou dificuldades já em dezembro. Depois de muita pesquisa, o problemas foi ter que pagar mais.
“O valor tá bem mais alto. Antes da pandemia, em outro lugar, eu pagava em torno de R$ 1 mil. Agora, o mais barato, atendendo meus padrões, cobra R$ 1,5 mil”, relata.