Campinas confirmou que um dos 20 casos de varíola dos macacos existentes na cidade é de uma gestante de 37 anos. O anúncio aconteceu durante uma live com prefeito Dário Saadi (Republicanos), na tarde desta sexta-feira (5).
De acordo com a Administração, a paciente já passou da fase de transmissão da doença e segue sendo acompanhada, assim como o bebê. Além disso, a gestante não precisou ser internada e sua transmissão aconteceu devido ao contato com lesões.
Ontem (4), o governo de São Paulo informou que duas grávidas, cinco crianças e cinco adolescentes foram diagnosticados com a varíola dos macacos (monkeypox) no Estado e estão em isolamento. Desses dois casos, um é referente à residente de Campinas.
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Atualmente, Campinas investiga 20 casos suspeitos da varíola dos macacos.
TRANSMISSÃO
Segundo a diretora do Devisa (Departamento de Vigilância em Saúde), Andréa Von Zuben, a maior taxa de transmissão dos casos notificados em Campinas é proveniente de contato sexual. Veja detalhes abaixo:
– 78%: contato sexual
– 17%: por contato direto de pessoa com pessoa
– 5%: causa desconhecida
Além disso, a doença está sendo diagnosticada, predominantemente, em homens, na faixa etária de 30 a 39 anos.
A diretora do Devisa ainda reforça que a pessoa começa a transmitir por gotículas de três a quatro dias antes do início das feridas na pele, e que o isolamento de 21 dias é essencial para evitar o contato íntimo e prolongado, inclusive, com animais de estimação, uma vez que todos os mamíferos podem pegar a varíola dos macacos.
PREVENÇÃO
De acordo com a Andrea Von Zuben, há algumas formas de prevenir a doença e evitar a transmissão da varíola dos macacos. Veja detalhes abaixo:
– Evitar contato direto com lesões características
– Lavar com frequência as mãos ou usar álcool em gel
– Limpar com frequência as superfícies de alto contato
– Usar máscara em locais de aglomerações de pessoas
– Evitar situações de contato físico (pele a pele) em ambientes com aglomeração
– Mantenha-se informado sobre a doença em fontes confiáveis
“Essa doença é uma doença nova para a comunidade médica, então a gente ainda tem muitas dúvidas em relação à transmissão, principalmente em relação à transmissão respiratória. Então, ainda tem uma lacuna muito grande em relação às informações científicas”, comentou a coordenadora do Cievs (Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde), Valéria Almeida.
COMO EVITAR A TRANSMISSÃO
– Permanecer isoladas até que as ‘casquinhas’ das lesões caiam, geralmente em 21 dias
– Se auto monitorar quanto ao surgimento de febre, for no corpo ou lesões
– Evitar contato físico próximo com outras pessoas
– Não tocar em lesões
– Manter o cuidado ao manipular roupas, lençóis ou toalhas que tiveram contato com a pessoa doente
De acordo com a coordenadora, o diagnóstico é essencial. “Quem tiver sintomas, é importante procurar as unidades de saúde e saber que vai ser realizado esse exame de coleta. E, se o paciente autorizar, é feito o registro fotográfico”, reforça.
ATENDIMENTO NAS UNIDADES
A secretaria de Saúde de Campinas afirma ainda que toda a rede municipal está preparada para atender, diagnosticar e monitorar os casos da doença.
O atendimento está disponível nos centros de saúde, prontos-socorros, prontos atendimentos e no Centro de Referência em IST, HIV/AIDS e hepatites virais.
PLANO DE CONTINGÊNCIA
Durante a live desta sexta-feira (5), a diretora do Devisa afirmou que o estado de São Paulo anunciou um Plano de Contingência ontem (4), mas que os detalhes ainda não foram divulgados.
Além disso, para Andrea Von Zuben, a situação epidemiológica ainda não demanda a adoção de medidas restritivas devido à forma de transmissão da doença.
“Não é uma doença que precisa de uma medida restritiva. Então, não tem nada que o poder público tenha que fazer, é mais a consciência de cada um. A pessoa tendo esse cuidado, basta para evitar a transmissão”, finaliza.
HOSPITAIS DE REFERÊNCIA
O governo do Estado de São Paulo anunciou um plano de enfrentamento contra a varíola dos macacos, que inclui o HC (Hospital de Clínicas) da Unicamp, em Campinas, e o HES (Hospital Estadual de Sumaré) como unidades de referência para atendimento dos casos graves da varíola dos macacos na região de Campinas.
Segundo o anúncio do governo, feito ontem (4), os hospitais farão parte da “Rede Emílio Ribas” para o combate da doença.
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