Sem demanda para internados com covid-19 atualmente, a Rede Mário Gatti, em Campinas, não terá mais leitos de UTI (Unidades de Terapia Intensiva) e de enfermaria exclusivos para a doença. A medida passa a valer nesta sexta-feira (12).
A reversão das vagas restantes no Hospital Ouro Verde para infectados graves foi anunciada ontem pela pasta municipal de Saúde. Com isso, os 40 leitos existentes no local atendem agora adultos com outros quadros de saúde.
Ainda de acordo com o comunicado da secretaria, o mesmo aconteceu com cinco leitos pediátricos de UTI exclusivos para a doença na rede municipal. Os espaços na cidade serão destinados agora a crianças com outras doenças.
“A desmobilização das estruturas ocorre pela redução da necessidade de internações de pacientes com síndromes respiratórias graves”, alegou a pasta.
A desativação dos leitos vale somente para a Rede Mário Gatti. Mas o HC (Hospital de Clínicas) da Unicamp foi procurado e também confirmou que a unidade não possui mais estruturas específicas para a covid-19 (veja abaixo).
COMPARAÇÃO
No auge da pandemia, em julho de 2020, Campinas chegou a ter 167 leitos de UTI para adultos. Na mesma época, o SUS (Sistema Único de Saúde) Estadual disponibilizou 93 vagas exclusivas no Hospital de Clínicas da Unicamp.
Em junho, somando crianças e adultos, 348 pacientes foram internados em UTIs e enfermarias dos hospitais que integram o Sistema Único de Saúde Municipal. Já em julho, o número caiu para 274. Até 9 de agosto, foram 57.
No HC, não há um balanço oficial sobre os atendimentos nos últimos meses. O hospital, porém, não reserva mais vagas e também isola os infectados.
MAS E SE PRECISAR?
E o que acontece se chegar algum paciente com covid-19 na porta de um hospital da rede municipal de Saúde? Segundo a Prefeitura de Campinas, não há mais leito específico, mas o atendimento está mantido e será feito normalmente.
Com isso, se for necessária uma internação, o paciente recebido no local vai ficar em um leito de isolamento, justamente pela necessidade de evitar o contágio pelo vírus por parte de outras pessoas que estiverem em salas de atendimento.
Além disso, conforme a assessoria de imprensa da pasta de Saúde, os leitos conveniados junto à rede particular de hospitais seguem funcionando para receber moradores da cidade com doenças infectocontagiosas, como a covid-19.
ALÍVIO ENTRE AS CRIANÇAS
Os cinco leitos de UTI pediátricos que foram desativados no Ouro Verde foram abertos em abril para crianças no período de alta das doenças respiratórias, no Outono e no Inverno. Mas desde o dia 9 deste mês, não há demanda deste tipo.
A realidade é bem diferente do aumento registrado no primeiro semestre deste ano, quando os atendimentos cresceram 83,4%, as internações dobraram e Campinas chegou a ter fila de espera para internação de quadros mais graves.
Ainda conforme a secretaria de Saúde, com as mudanças no Ouro Verde, a Rede Mário Gatti de Urgência, Emergência e Hospitalar passa a contar com 26 leitos de UTI pediátricos para atender as crianças com condições clínicas mais graves.
“São 10 no Hospital Ouro Verde e 16 no Hospital Municipal Dr. Mário Gatti. Para internação de adultos são 60, sendo 20 no Mário Gatti e 40 no Ouro Verde”, argumenta a pasta no comunicado sobre as alterações nas UTIs.
