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CotidianoCampinas inicia levantamento de capivaras em parques públicos nesta quarta

Campinas inicia levantamento de capivaras em parques públicos nesta quarta

Segundo a Prefeitura, ação busca subsidiar pedido ao governo estadual para autorização de manejo e esterilização dos animais; cidade teve registro de surto em fazenda de Joaquim Egídio

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Campinas, através da secretaria Municipal do Verde, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, inicia nesta quarta-feira (21) um inventário da população de capivaras em três parques públicos da cidade. A ação começa no Parque das Águas, no Parque Jambeiro, e abrange o Parque Ecológico Hermógenes de Freitas Leitão Filho, em Barão Geraldo, e o Parque Ecológico Monsenhor Emílio José Salim, na Rodovia Heitor Penteado.

A ação ocorre após uma solicitação da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística para manejo e esterilização dos animais. Segundo a Administração, a caracterização das capivaras do Parque Portugal (Lagoa do Taquaral) e Lago do Café, ambos no bairro Taquaral, já foi realizada.

Em maio, o acidade on informou sobre o início da contagem das capivaras e a intenção de castração dos animais até o final deste ano (veja mais abaixo).

O inventário nos novos parques é realizado após a cidade decretar surto de febre maculosa na Fazenda Santa Margarida, local onde quatro frequentadores morreram da doença depois de um evento – leia mais abaixo.

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FORÇA-TAREFA

O levantamento de campo será executado por uma força-tarefa composta por técnicos do gabinete da secretaria Municipal do Verde, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável e pelo DPBea (Departamento de Proteção e Bem-Estar Animal), sob supervisão técnica do veterinário Paulo Anselmo. Ao acidade on, o especialista ainda salientou que o abate de capivaras não é uma solução para o problema – veja abaixo.

Segundo a Prefeitura, o trabalho permitirá inventariar as capivaras nos parques públicos identificando o número de grupos, fêmeas, filhotes e machos – incluindo os machos dominantes (um por grupo) e solitários (satélites, que ficam próximos ao grupo). Além disso, a equipe vai analisar a distribuição espacial dos grupos pelo parque, onde costumam ficar e circulam.

Para o veterinário do DPBea, Paulo Anselmo, “a medida é importante para auxiliar na diminuição do risco de transmissão da febre maculosa”. Animais selvagens e protegidos por legislação federal, as capivaras são um dos principais hospedeiros do carrapato-estrela, que transmite a doença.

Podem contrair a bactéria que causa a febre maculosa quando são parasitadas por carrapatos-estrela infectados, desenvolvendo grande número de bactérias, o que permite que outros carrapatos contraiam a bactéria quando se alimentam do seu sangue.

LEVANTAMENTO

Na semana passada, em parceria com a universidade PUC-Campinas, o DPBea já havia realizado o inventário no Taquaral e no Lago do Café. No Taquaral, foram identificados dois grupos com 48 capivaras no total.

Um deles costuma ficar na decantação da Lagoa e outro próximo a Caravela. Já no Lago do Café, 28 capivaras foram contadas, dividindo-se em dois grupos, um no primeiro lago, na entrada do parque, e outro no terceiro.

Após a conclusão do levantamento e autorização do governo estadual, a Prefeitura de Campinas salienta que abrirá licitação para contratar uma empresa e esterilizar as capivaras, incluindo os machos, fêmeas e filhotes. Todos os animais serão microchipados e receberão uma marcação que indique a castração.

ESTIGMA CONTRA CAPIVARAS

Em meio ao surto da doença em Campinas, o médico veterinário do Dpbea da cidade, Paulo Anselmo Nunes Felippe, descarta o abate de capivaras como solução para o problema e explica que o órgão planeja esterilizar os animais nos próximos meses. Os mamíferos são hospedeiros dos carrapatos transmissores da infecção.

“Mesmo que fosse possível retirar todas as capivaras do planeta, a gente correria o risco de ter ainda febre maculosa, porque existem algumas espécies de carrapatos em que o cão faz esse papel. Então a doença tá muito mais relacionada com o carrapato do que com a capivara. Toda vez que as capivaras foram retiradas de locais, as regiões foram recolonizadas”, afirma Nunes, detalhando também que a espécie tem grande capacidade reprodutiva.

Preocupado com o que chama de “estigma” contra os animais por conta da febre maculosa, o médico veterinário lembra que o mamífero é protegido por lei e não deve ser alvo de perseguição ou violência por parte da população. “Na verdade, os reservatórios da febre maculosa são os próprios carrapatos. Uma vez que o carrapato está contaminado, vai transmitir para os filhotes, e isso vai manter a febre maculosa dos carrapatos no ambiente”, complementa o especialista.

MORTES CONFIRMADAS

Até o momento, quatro pessoas que estiveram na fazenda morreram devido à doença dentro do período de surto considerado pelo Devisa (Departamento de Vigilância em Saúde). Uma mulher de 38 anos que está internada também teve a infecção confirmada.  Veja a lista:

  • Mulher de 36 anos, de São Paulo. Morreu dia 8 de junho
  • Homem de 42, de Jundiaí. Morreu dia 8 de junho
  • Mulher de 28 anos, de Hortolândia. Morreu dia 8 de junho
  • Adolescente de 16 anos, de Campinas. Morreu dia 13 de junho
     

EVENTOS MONITORADOS E ALTERADOS

Com as atividades suspensas por conta do surto que causou a morte de quatro pessoas, a Fazenda Santa Margarida tem a agenda de festas realizadas recentemente analisada pelo Departamento de Vigilância em Saúde de Campinas. O órgão, inclusive, não descarta realizar uma busca ativa por frequentadores para identificar mais casos suspeitos.

Por conta da situação, ontem (15), a fazenda anunciou que o show do cantor Gusttavo Lima, programado para acontecer em 21 de julho, será transferido para o Expo Dom Pedro. Segundo o estabelecimento, todos os ingressos já vendidos continuam válidos.

FAZENDA APRESENTA PLANO

Os representantes da Fazenda Santa Margarida informaram que protocolaram na Prefeitura de Campinas, um plano de ação de contingenciamento ambiental para conter os riscos de transmissão da doença.

O estabelecimento já havia informado que vai realizar obras no estacionamento do complexo, área apontada como foco do surto. O estabelecimento se manifestou em nota lamentando as mortes e alegando agir conforme as leis e disse estar à disposição das autoridades sanitárias.

CASTRAÇÃO DE CAPIVARAS

Em maio, o médico veterinário do Dpbea (Departamento de Proteção e Bem-Estar Animal), Paulo Anselmo Nunes Felippe informou sobre o início da contagem das capivaras que vivem nos parques públicos da cidade e disse que a cidade prevê iniciar a castração dos animais até o final deste ano.

O médico veterinário explica que o processo de apuração da quantidade de capivaras na cidade atrasou por causa dos fechamentos dos parques no final de janeiro deste ano em Campinas. Na época, todos os parques e bosques da cidade foram fechados após um eucalipto cair e matar uma criança de 7 anos na Lagoa do Taquaral.

“Essa ideia (de castração) está sendo assumida pelo Estado inclusive. Terminamos esse estudo, vimos que é viável, e vamos implantar nos parques. Só que é um processo, tem que fazer levantamento dos animais, que estamos refazendo depois das aberturas dos parques, tem que pedir licenças nos órgãos gestores, e depois viabilizar o processo de fazer cirurgias nesses animais”, explicou. Leia a matéria completa aqui. 
 

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