Prometido como alternativa para as espécies vítimas de maus-tratos, agressões e acidentes, o Centro de Reabilitação de Animais Silvestres, em Campinas, já tem o projeto básico elaborado e deve ter a licitação para as obras iniciada ainda neste ano.
Segundo a secretaria municipal do Meio Ambiente, “as tratativas com o Governo Federal se encontram em fase final para a transferência” da área onde o centro será construído. O terreno fica no Parque Via Norte, perto da Rodovia Anhanguera (SP-330).
PROJETO DE LEI
Anunciado em outubro de 2019 na gestão de Jonas Donizette (PSB), o Centro é parte do PL (Projeto de Lei) que proíbe a exposição de animais silvestres em cativeiro na cidade. Com isso, o Bosque dos Jequitibás deixaria de ser um zoológico em cerca de 10 anos.
Na época, o Executivo detalhou, inclusive, que os cerca de R$ 4,5 milhões necessários para a construção do centro de animais já estaria no caixa do município. Questionada novamente pela reportagem, porém, a pasta do Meio Ambiente não confirmou o valor.
TRAMITAÇÃO
Cerca de dois anos e três meses depois de enviada à Câmara, a proposta do Executivo segue tramitando na Casa. Apesar da expectativa pela desativação gradual da área de zoológico do Bosque, não há um prazo para o texto ser levado à discussão e votação.
Conforme a assessoria do Legislativo, a matéria foi aprovada em primeira votação em setembro do ano passado e ainda não foi a plenário para ser votada em segunda discussão. Atualmente, está sob análise na Comissão de Proteção e Defesa dos Direitos dos Animais.
ENQUANTO ISSO
Enquanto o Centro de Reabilitação de Animais Silvestres depende do fim das negociações com o Governo Federal para sair do papel, o Bosque dos Jequitibás continua recebendo animais feridos e resgatados.
Segundo a pasta de Serviços Públicos, responsável pelo local, as espécies são encaminhadas pela Polícia Ambiental e, em menor número, pelo Corpo de Bombeiros.
“Do total, cerca de 50% são recuperados e soltos pela Polícia Ambiental, alguns não resistem e uma porcentagem menor permanece no Bosque”, completa a secretaria.
Atualmente, o plantel do Bosque conta com cerca de 200 animais em recintos fechados e delimitados e aproximadamente 100 que vivem soltos, como cotias, tatus e preguiças.
Já a pasta do Meio Ambiente diz que “o DPBEA (Departamento de Proteção e Bem-Estar Animal) resgata apenas animais domésticos” em perigo ou maus-tratos”.