Com alta de 90,5% nos atendimentos de síndromes respiratórias, Campinas quer adotar na próxima semana um sistema de teletriagem em 10 CSs (centros de saúde) (veja a lista abaixo). A intenção é aliviar a pressão na rede pública.
“A medida é resultado de uma ação conjunta entre a secretaria de Saúde e a Rede Mário Gatti e tem como objetivo atender à alta demanda de pessoas com síndromes respiratórias verificada nas últimas semanas”, alega a Prefeitura.
“Quarenta pacientes devem ser atendidos por dia na teletriagem”, completou o município, que alegou que o projeto vai ajudar na implantação da telemedicina na rede municipal, que ainda não tem prazo para acontecer (entenda abaixo).
PRESSÃO NA REDE
Como justificativa, o município compara a demanda de pacientes do começo e do final de maio no SUS Municipal: de 5.449 atendimentos do dia 1º ao dia 7, subiu para 10.378 entre 22 e 28, o que representou um aumento de 90,5%.
A diretora de Saúde de Campinas, Sara Sgobin, afirmou que ainda não é possível estimar uma porcentagem de redução de pacientes com sintomas mais leves e que procuram diariamente os pronto-socorros dos hospitais da rede pública.
“A iniciativa visa ampliar o acesso da população ao atendimento qualificado. Esperamos que também melhore a demanda na urgência”, explicou ela, salientando que não haverá atraso nos atendimentos dos centros de saúde.
COMO VAI FUNCIONAR
O esquema, que ainda não tem data exata para começar, estabelece que os pacientes sejam recebidos pelas equipes de enfermagem. “As aferições de sinais vitais serão realizadas pela equipe da unidade básica”, detalha Sara Sgobin.
Depois disso, o morador será levado a uma sala com computadores adequados para passar por uma avaliação on-line do quadro de saúde. O médico responsável estará em uma sala dentro do Hospital Municipal Dr. Mário Gatti.
“Em caso de necessidade, o paciente será encaminhado para um pronto-socorro”, informou a Prefeitura, que justificou ainda que a medida será implantada com os recursos, profissionais e estruturas já existentes na rede.
ONDE VAI FUNCIONAR
A teletriagem deve ser adotada em 10 unidades básicas de saúde. Confira a lista:
– DIC 1
– Vila União
– Florence
– Valença
– São Domingos
– São Marcos
– Barão Geraldo
– Centro
– Taquaral
– Sousas
TELEMEDICINA NA REDE
O processo de implantação da telemedicina na rede pública municipal está atualmente em licitação e prevê a realização dos serviços de teleconsulta, telediagnóstico, telemonitoramento ou televigilância, e teleconsultoria.
O edital foi publicado em setembro do ano passado pela Prefeitura de Campinas e o valor total estimado para a licitação é de R$ 10,3 milhões. Desde o início do ano, porém, a cidade registrou nove tentativas frustradas de contratação.
No período, houve desistências e desclassificações por falta de documentação obrigatória, além de reprovações por falta de itens necessários para a prestação do serviço. Com isso, a adoção da telemedicina segue sem prazo na cidade.