A Sanasa (Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento) e a Prefeitura de Campinas divulgaram nesta terça-feira (7) a intenção de realizar um estudo sobre três alternativas de abastecimento para o município. Para isso, diz já contar com o sinal verde do Governo do Estado de São Paulo para uma licitação.
Os mananciais considerados são a interligação dos rios Jaguari e Camanducaia, na região de Jaguariúna e a cerca de 16 km de Campinas, a captação direta da represa de Pedreira, obra prevista para ser entregue em 2023, a cerca de 7 km, ou então um ponto após (a jusante) desse mesmo reservatório, a cerca de 7 km.
A intenção é garantir a segurança hídrica por meio de uma parceria para a construção de uma interligação para a cidade. Segundo o presidente da Sanasa, Manuelito Magalhães Júnior, a avaliação vai considerar qual obra levaria menos tempo e teria os menores custos e impactos ambientais para se tornar realidade.
“Eu tenho a impressão de que iniciaremos as obras ainda no mandato do prefeito Dário Saadi. As conversas sobre os custos ainda serão finalizadas, mas prevemos algo que gire em torno de R$ 150 milhões a R$ 250 milhões”, previu o presidente da Sanasa após ser questionado sobre estimativas de prazos e custos.
Além da obra de interligação, o plano que será analisado envolve também a construção de uma nova ETA (Estação de Tratamento de Água) na região norte da cidade. Para isso, uma rede de adutoras deve ser feita. As estruturas devem passar por bairros como Gargantilha, Monte Bello e Recanto dos Dourados.
“Vamos abastecendo esses bairros. São regiões que, inclusive, sofrem algumas vezes com irregularidades no abastecimento. Vamos resolver esses problemas, chegando até a Barão Geraldo, interligando a todo o sistema de adução da Sanasa e permitido trazer água para toda a cidade”, detalha também Manuelito.
AVAL DO ESTADO
Com a intenção em mãos, a realização do estudo para o abastecimento depende do diálogo com o governo estadual. As tratativas, de acordo com o prefeito de Campinas, Dário Saadi (Republicanos), já tiveram desdobramentos positivos.
“Há a sinalização positiva do governo do estado. Esse plano foi apresentado e foi conversado, inclusive, com técnicos do governo. Nós não iríamos apresentar esse plano aqui hoje se não houvesse um sinal verde do estado”, afirmou ele.
E O RESERVATÓRIO DE SOUSAS?
Questionados sobre a viabilidade do projeto de construção de um reservatório próprio na região dos distritos de Sousas e Joaquim Egídio, conhecido como “Nosso Cantareira”, o prefeito e o presidente da Sanasa não descartaram a obra, mas reconheceram que o contexto atual permite uma “mudança de prioridade”.
O edital para licitação do projeto foi lançado em agosto de 2020 após a cidade viver a necessidade de uma alternativa ao abastecimento de água após as crises hídricas de 2014 e 2015 em todo o Estado de São Paulo. Desde então, porém, a iniciativa não teve maiores avanços e não há expectativa para novas etapas.
“Quando o reservatório foi apresentado não existia a previsão para a construção das represas de Amparo e Pedreira. Então, o reservatório era a solução. Com as represas, garantimos a quantidade e o controle da vazão do rio Jaguari, o que permite que Campinas capte a água do rio. O que mudou foi isso”, diz Dário.
“Nenhum projeto é descartado. Em função da existência das duas represas, nós estamos fazendo uma mudança de prioridade por um projeto que é mais rápido e mais barato”, defende o presidente da Sanasa, Manuelito Magalhães Júnior, que também justificou que as represas de Amparo e Pedreira são as soluções mais rápidas.